Foram confirmados 16 casos de febre amarela no estado de 2 a 16 de janeiro.
O coordenador de controle de doenças da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, Marcos Boulos, confirmou nesta terça-feira (16) à Globonews que 11 das 21 mortes registradas em São Paulo desde janeiro de 2017 aconteceram somente este ano: de 2 a 16 de janeiro de 2018.
Neste período foram reportados 45 casos suspeitos, sendo que 16 casos foram confirmados no estado, que não necessariamente têm a ver com as 11 mortes.
Ao todo, desde janeiro de 2017, foram confirmados 40 casos com 21 mortes.
Até hoje o governo de São Paulo só estava divulgando as mortes desde janeiro de 2017, não separando os casos por semana. Os novos dados foram compilados pela Coordenadoria de Controle de Doenças da secretaria.
De acordo com a secretaria, desde janeiro de 2017 foram reportados 196 casos suspeitos de febre amarela, sendo 69 (35,2%) casos confirmados. Destes casos confirmados, 40 são autóctones (58%) e 29 foram importados (42%).
A maioria dos casosde mortes por febre amarela é do sexo masculino (87,5%), segundo o levantamento.
'Situação sob controle', diz secretário
O secretário de saúde de São Paulo, David Uip, disse à GloboNews que a febre amarela não se tornará uma epidemia ou surto urbano. "Temos a situação sob absoluto controle. Infelizmente tivemos 21 mortes, porque é uma doença grave, mas a situação está dentro do controle", disse Uip.
O governo de São Paulo mantém a recomendação de que a vacinação contra a febre amarela se restrinja aos visitantes dos 522 municípios atingidos (80,9% do total), mesmo após a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgar nesta terça-feira (16) que o aumento da atividade do vírus faz com que todo o estado seja considerado área de risco. O estado de São Paulo tem 645 municípios.
A decisão da OMS de classificar a cidade de São Paulo como área de risco não quer dizer que haja perigo de contágio na capital. Como as autoridades de outros países não podem saber para que área do São Paulo cada viajante visitará, é praxe a OMS incluir todo o estado, mesmo em que áreas dele não sejam foco da doença.
A biomédica Regiane Cardoso de Paula, coordenadora do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo, explicou ao G1 por telefone que existe coerência no alerta da agência internacional, mas que a estratégia de enfrentamento contra a doença infecciosa será mantida no estado.
FEBRE AMARELA: VEJA PERGUNTAS E RESPOSTAS
"O que acontece é que a OMS é uma agência global, que precisa emitir uma recomendação geral, de caráter preventivo. A OMS não tem condições de prever o deslocamento do vírus por cada município paulista, assim como os viajantes estrangeiros”, explica a coordenadora.
“A estratégia deles pensa no turista que, por exemplo, pode ir hoje para a Baixada Santista, que não foi atingida pela febre amarela, e depois seguir para Mairiporã, que é uma área de risco. A orientação é a mesma para quem viaja para o continente africano, onde evidentemente não é todo o território que foi atingido pela doença”, completa a biomédica.
Na manhã desta terça, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou que a vacinação fracionada contra a febre amarela em 54 municípios do estado será antecipada para o dia 29 de janeiro. Anteriormente, o governo havia anunciado que a aplicação das doses seria realizada a partir do dia 3 de fevereiro. "Agora, o que é importante: não ter pânico e correria. Toda a população deverá ser vacinada até o fim do ano", declarou o governador.