O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), que mede a inflação em famílias compostas majoritariamente por pessoas com mais de 60 anos, encerrou o ano passado com alta de 3,80%, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Embora tenha sido quase metade da taxa de 2016 (6,07%), foi acima do Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR), que mede inflação geral e ficou em 3,23% no ano passado.
A inflação do idoso foi pressionada por preços monitorados mais caros em 2017, como plano de saúde e tarifa de energia elétrica. A tendência para 2018 é de que os preços percebidos pelos idosos continuem operando acima da inflação média. Isto porque há perspectiva de continuidade em reajustes elevados em planos de saúde e energia, que pesam no bolso dos mais velhos, disse André Braz, economista da FGV.
A inflação do plano de saúde foi a principal contribuição para o IPC-3i no ano passado, com aumento de 12,27%. Esse item pesa 9,31% no IPC-3i, mais que o dobro do peso no IPC-BR, de 4,3%. O orçamento do idoso no ano passado também foi pressionado por elevações de tarifa de energia (11,52%); gasolina 11,63%, e condomínio residencial (7,08%).
A inflação do idoso em 2017 poderia ter avançado mais, não fosse a trajetória de alimentos mais baratos. Com peso de 19,31% no IPC-3i, das dez principais quedas observadas no indicador em 2017, sete eram originadas do setor de alimentação.
O comportamento dos alimentos não deve se repetir em 2018, alertou o especialista. Ele comentou que o clima este ano pode não ser tão favorável quanto em 2017.