Pagamento por Performance: a qualidade é sempre melhor do que a quantidade
30/11/2017

Estamos vivendo um momento de reflexão, o mercado de healthcare está discutindo mudanças na área de saúde suplementar, especialmente no que diz respeito aos pagamentos de médicos e instituições prestadoras de serviço, como hospitais e laboratórios. Neste sentido, a principal discussão é sobre implantar o Pagamento por Performance, que propõe remunerar profissionais e instituições de saúde com base na qualidade do atendimento prestado.

No Brasil, os pagamentos acontecem após atendimentos – como consultas – ou procedimentos médicos – como cirurgias – serem realizados. A qualidade, o cuidado e a atenção dispensados aos pacientes ficam em segundo plano. Neste modelo, os profissionais que atendem o maior número de pessoas têm remuneração melhor. Enquanto que nos Estados Unidos, por exemplo, 40% dos planos de saúde já possuem programas baseados na performance dos médicos, sendo que a previsão para 2019 é que a maioria dos médicos já estejam em programas de pagamentos baseados em desempenho. Esta análise do mercado americano é apresentada por César Luiz Abicalaff, em seu livro Pagamento por Performance: o desafio de avaliar o desempenho em saúde.

A implantação do Pagamento por Performance equaliza a tríade da saúde: custo, acesso e qualidade; além de cessar com as principais reclamações de médicos, que são os valores baixos para muitas consultas, e de pacientes, que são o alto custo dos planos de saúde para a baixa qualidade no atendimento. O modelo pretende avaliar os profissionais e as instituições de acordo com a qualidade do atendimento, as melhorias da prática clínica e o uso de recursos e registros eletrônicos do paciente.

Desta forma, fica claro que o ideal não é mais a produtividade simples e pura, mas a qualidade dos atendimentos prestados. O foco deve estar na prevenção e na personalização do cuidado com as pessoas. Se a queixa do paciente com a sua saúde é recorrente, os gastos com o seu tratamento também serão maiores. Mas, se as redes de planos de saúde investem em procedimentos que auxiliem na atenção e no monitoramento cauteloso do paciente, o tratamento é mais assertivo e personalizado.

É certo que a evolução para o método de Pagamento por Performance na saúde suplementar se dará de maneira natural. Tanto as instituições prestadoras de serviço quanto os profissionais perceberão os expressivos ganhos, mas é o paciente, em primeiro lugar, que sentirá os benefícios. A mudança é inevitável.

 





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