Rede D’Or quer crescer no Rio e vai investir R$ 800 milhões
24/11/2017
A Rede D’Or São Luiz vai investir R$ 800 milhões em novos projetos e na expansão de sua rede de hospitais no Rio de Janeiro até 2019. No pacote estão a reforma e a ampliação da Clínica São Vicente, na Gávea, da antiga Beneficência Portuguesa, na Glória, e do Niterói D’Or, na cidade de mesmo nome. Todas previstas para terminar em 2019. A Beneficência funcionará como um hospital-escola e será também o novo endereço da faculdade do grupo, a Faculdade Idor de Ciências Médicas, conta André Moll, membro do conselho.

– A Beneficência, após a reforma, será um hospital-escola com 340 leitos e dedicada à formação de novos médicos. É para lá que irá nossa faculdade, já aprovada pelo MEC. As áreas tombadas do prédio histórico serão transformadas em espaço de ensino. Atualmente, o Idor (Instituto D’Or de Ensino e Pesquisa) tem 80% de suas atividades voltadas para pesquisa. Na Beneficência, serão 80% para o ensino – conta o executivo.

Com sede em Botafogo, o instituto foi o ponto escolhido para a abertura da faculdade este ano. A unidade já oferece cursos de capacitação, extensão e pós-graduação. A primeira turma de doutorado em Ciências Médicas começa no ano que vem, enquanto a de graduação está prevista para 2019, já na Beneficência.
Rede de Hospitais de Oncologia

A Rede D’Or tem 37 hospitais no país, sendo 14 no Rio. As obras no Niterói D’Or começaram no ano passado, a fim de ampliar sua capacidade de 58 para 300 leitos, um investimento de R$ 200 milhões.

Para a Clínica São Vicente, adquirida pelo grupo por R$ 125 milhões, o plano é mais ambicioso. A unidade será modernizada, crescendo de pouco mais de 90 para perto de 150 leitos, com aporte de outros R$ 180 milhões. E vai integrar o Grupo Oncologia D’Or, que, de início, terá três hospitais de referência, em um projeto que supera R$ 1 bilhão (incluindo o aporte na São Vicente), contando ainda novas unidades em São Paulo e Brasília.

– Estamos olhando com atenção para a área de oncologia desde 2011. Percebemos que o atendimento é muito fragmentado no país. Por isso, decidimos criar esses três centros completos para atendimento em oncologia, oferecendo desde a consulta médica, passando por terapia, cirurgia, internação e outras demandas. Com o envelhecimento da população, a incidência de doenças como o câncer tende a aumentar – explicou Moll, dizendo que 40% do investimento serão feitos com recursos próprios.

Para comandar a operação, a companhia contratou, em setembro, Paulo Hoff, que atuou por dez anos como diretor executivo no Sírio-Libanês, em São Paulo:

– A ideia é que os hospitais funcionem como centros completos de atendimentos e que seja constituída uma rede integrada às 35 clínicas de oncologia do grupo. Estamos investindo R$ 150 milhões em novos equipamentos e trazendo máquinas pela primeira vez ao país, caso da Cyber Knife e da de tomoterapia. São equipamentos que reduzem o número de sessões em radioterapia e também os efeitos colaterais para o paciente – destaca Hoff, que trabalhou por 16 anos nos EUA.

Atualmente, o segmento de oncologia representa 10% do faturamento da Rede D’Or, que deve superar R$ 9 bilhões em 2017, segundo Moll. A estimativa é que possa chegar a 30%, diz Hoff.

A Clínica São Vicente será a maior dentre as três unidades de referência em oncologia, sem deixar de ser hospital geral. Os outros dois levarão a marca Star, voltada para o segmento premium. O de São Paulo, em construção, terá 80 leitos. 
Já o de Brasília – uma reforma completa do antigo Hospital Planalto – contará com 140.

Apetite para novas aquisições

A vontade de crescer não para por aí. A companhia finaliza negociações para adquirir o hospital São Rafael, em Salvador. E reafirma o interesse na Ímpar, rede de hospitais da família Bueno, fundadora da Amil.

– A Ímpar tem bons ativos e alguns deles interessam à Rede D’Or. Mas depende da decisão da família sobre o que farão com a Ímpar – explica Moll.

Ele sustenta que focar em gestão eficiente de custos é chave para garantir a sustentabilidade e a expansão do negócio:

– Ao menos 95% de nosso atendimento são de pessoas com planos de saúde. Já negociamos o pagamento por pacote (em vez de por serviço) com diversas operadoras de saúde. E com algumas empresas, como Bradesco e SulAmérica, já temos modelos de atendimento focados em atenção primária, com foco no desfecho do tratamento – conta Moll.
Fonte: O Globo




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