O desafio de conectar dados
21/11/2017
Novo modelo permite o compartilhamento de informações em tempo real entre médicos, equipamentos e sistemas e eleva eficiência do tratamento.
No último século, o desenvolvimento tecnológico e a capacidade de inovação transformaram a cadeia produtiva da saúde em um setor que fatura US$ 7,6 trilhões por ano, de acordo com dados do Fórum Econômico Mundial (WEF). Os avanços na medicina contribuíram para o aumento da expectativa de vida da população e trouxeram qualidade de vida para milhões de doentes em tratamento. Mas os custos com atendimento à saúde acompanharam acurva de crescimento e, atualmente, consomem nacos importantes do Produto Interno Bruno (PIB) em países como Estados Unidos (17%), Reino Unido (9%), e Brasil (8,3%). As estimativas são de que os gastos globais com saúde somem US$ 18 trilhões em 2040, o que impedirá muitos países especialmente de média e baixa renda de alcançar os objetivos traçados pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o desenvolvimento sustentável.  

Garantir a sobrevivência do setor e o acesso à saúde demandará, diz estudo do WEF, busca pela eficiência. O desafio inicial é mitigar desperdícios e melhorar processos para economizar algo em torno de US$ 1 trilhão por ano. Ao que tudo indica outra onda tecnológica será responsável pelo desenvolvimento saudável do segmento: a transformação digital. “A combinação entre tecnologias como inteligência artificial, cirurgia digital, robótica e internet das coisas, que permitem troca de informações entre médicos, dispositivos e sistemas, marca  a nova fase da medicina”  diz Fabricio Campolina presidente do conselho de administração da Abimed. Para ele, a digitalização do sistema de saúde permitirá a obtenção de dados para apoiar a tomada de decisões médicas e elaborar políticas públicas mais eficientes.

Renato Garcia Carvalho, CEO da Philips Brasil, lista as principais demandas do setor: acesso aos tratamentos, integração dos sistemas de saúde e adoção tecnologias de cuidado a distância. Ele se baseia em um estudo sobre o futuro da saúde, realizado anualmente pela Philips, para explicar como o uso da tecnologia vai beneficiar o segmento, o que inclui pacientes, profissionais e instituições. “Os diagnósticos se tornam mais precisos e rápidos, cresce a segurança para os pacientes, há redução nas filas e no tempo de atendimento. Os custos também são menores” comenta.

Todos os processos serão afetados, desde as cirurgias até a formação de mão de obra. Claudio Santana, diretor da Csanmek, conta que a qualidade de imagens e a crescente capacidade para processar dados, utilizando recursos como computação em nuvem, permite planejar a cirurgia, simulando todos os procedimentos em sistema de realidade aumentada e de projeção de imagens em (3D).
 
A visão dos especialistas da saúde:
  • 45% Consideram o prontuário eletrônico uma ruptura do atendimento
  • 52% Acreditam que a automação e soluções de cuidado remoto serão estratégicas para enfrentar a escassez de recursos
  • 50% Sistemas de inteligência artificial capazes de mapear sintomas e auxiliar o diagnóstico precoce têm impacto positivo
  • 44% Sistema de inteligência artificial capazes de mapear sintomas e auxiliar o diagnóstico precoce têm impacto positivo
 
A visão dos pacientes conectados:
  • 35% afirmam que o prontuário eletrônico vai facilitar o gerenciamento dos cuidados médicos
  • 62% Concordam que o uso de dispositivos inteligentes (como relógios e pulseiras) colocará o paciente no controle de sua saúde
  • 58% Afirmam que alertas enviados pelos dispositivos inteligentes são um recurso para a oferta de cuidados personalizados
  • 45% dizem que o smartphone simplifica o agendamento de consultas
  • 39% acreditam que consultas on-line facilitam a gestão da saúde 
Fonte: Valor




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