Dasa investe R$ 30 milhões em medicina genética
06/11/2017
A Dasa investiu cerca de R$ 30 milhões na criação de uma nova empresa de medicina genética e pode dobrar esse valor nos próximos três anos. A companhia quer aproveitar a sua presença com mais de 500 laboratórios que possui no país para dar escala ao novo negócio, batizado de GeneOne.

Os recursos foram investidos na aquisição de equipamentos e contratação de médicos e cientistas especializados em genética para que os exames possam ser processados no Brasil. Hoje, a maioria dos testes genéticos é enviada para laboratórios de outros países devido à falta de tecnologia e escala no país.

"Já temos capacidade para realizar 1,5 mil exames por mês em nossa unidade de Alphaville, em São Paulo", disse Romeu Côrtes Domingues, médico e presidente do conselho da Dasa. Domingues afirma que a escala ajudará a derrubar os preços dos exames genéticos que em sua maioria não têm cobertura de planos de saúde.

Segundo Emerson Gasparetto, vice-presidente médico da Dasa, a companhia vem conversando com as operadoras para que elas paguem alguns desses exames com o argumento de que o custo final do tratamento médico pode ser inferior se o problema for descoberto com antecedência, como no caso de doenças hereditárias. A UnitedHealth, dona da Amil, está analisando em sua estratégia global a possibilidade de cobrir alguns exames genéticos, tendo em vista a redução de custos no longo prazo.

O Fleury também está apostando em genômica. No mês passado, a companhia anunciou a criação de uma plataforma tecnológica para venda de testes de genômica - o kit em que o paciente deposita a saliva é adquirido no site e enviado pelos Correios. Essa nova plataforma vai atender, principalmente, os pacientes que moram em regiões que não têm unidades do Fleury, uma vez que os laboratórios estão concentrados em São Paulo e Brasília. A Dasa também criou um comércio eletrônico com essa mesma finalidade.

A expectativa do Fleury é que a demanda por exames de genômica cresça 74% até 2021 e esse mercado como um todo movimente R$ 500 milhões por ano no Brasil. No mundo, o segmento deve faturar cerca de US$ 100 bilhões em 2020, de acordo com projeções da Dasa.

A Dasa aposta em três modalidades de exames: aqueles para detecção de doenças raras hereditárias, testes para analisar com detalhes qual tipo de câncer do paciente e, consequentemente, o tratamento mais adequado e também exames preventivos que mostram quais doenças os pacientes podem vir a ter como, por exemplo, diabetes, problemas neurológicos ou cardiológicos.

"Há um ano, estamos estudando esse mercado de genética, visitando parceiros de outros países", disse Gustavo Campana, diretor médico da Dasa contratado há um ano para tocar esse projeto. Campana ressalta que por ser um mercado ainda recente - o sequenciamento do genoma humano foi descoberto no início dos anos 2000 - há diversos mitos em torno dos exames genéticos. "É preciso trabalhar com seriedade nesse segmento, nem tudo ainda é possível de ser realizado", disse Campana.

O presidente do conselho da Dasa vê grande sinergia da genética com os exames de imagem. Domingues, que também é médico radiologista, explica que em exames de ressonância e PET/CT há uma quantidade enorme de dados sobre câncer que ainda não são usados, mas podem servir para cruzamento de informações com testes genéticos.

A Dasa fechou parceria com a Harvard Partners, braço da renomada universidade americana na área de tecnologia, e está negociando uma parceria com o Memorial Sloan Kettering Cancer Center, também nos Estados Unidos e referência em oncologia, para desenvolver projetos que unam os dados dos exames realizados pela Dasa com a genética. "Realizamos 8 milhões de exames de imagem, por ano. Temos um banco de dados riquíssimo. Essa técnica chama-se radiogenomics, é muito nova em todo mundo", disse Domingues.
Fonte: Valor




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