Paralelamente à expansão dos serviços cada vez mais personalizados e aos avanços da tecnologia na medicina, contribuindo de forma significativa para o diagnóstico de doenças, um perfil de atendimento médico tem se ganhado espaço quando se trata de acompanhamento dos pacientes e adesão ao tratamento. Trata-se de um modelo baseado na Atenção Primária à Saúde, já adotado em países da Europa, por exemplo.
Esse modelo oferece o primeiro contato com o sistema de saúde, favorecendo o acesso a uma equipe médica. Além disso, é responsável pela organização do cuidado à saúde dos clientes, contando com um especialista de referência, que oferece um atendimento integral, investindo na proximidade com os pacientes.
Atendimento integral
A Unimed-BH já oferece opções diferenciadas de atendimento, ampliando o acesso dos clientes à assistência, evitando a ida ao pronto-atendimento, que atende, de forma prioritária, às urgências e emergências. Uma delas é o Unimed Pleno, uma inovação na saúde suplementar, com um modelo inspirado na Atenção Primária à Saúde e em experiências internacionais bem-sucedidas pautadas no vínculo médico-paciente. O cliente é referenciado a um médico, que acompanha o paciente ao longo do tempo, com o apoio de uma equipe multidisciplinar. O direcionamento do paciente a especialistas é feito quando necessário, com a avaliação do médico de referência.
O médico de família da Unimed-BH, Daniel Knupp, explica que o cuidado integral, com foco na pessoa, pode contribuir para um melhor controle de doenças. “Nós não fazemos o atendimento apenas com foco em uma doença ou determinada parte do organismo, temos um modelo cuidador e centrado no paciente, com um acompanhamento do histórico. Além disso, trabalhamos com uma abordagem mais empática, com uma linguagem mais acessível, e tudo isso pode, inclusive, melhorar a adesão ao plano terapêutico. Já existem pesquisas que revelam que, em Países com atenção primária mais consolidada, os desfechos positivos no sistema de saúde são muito superiores”.
Bruno Giordani, cliente da cooperativa, recebe um atendimento integral há alguns anos e já consegue perceber resultados. “Eu sinto mais segurança em ter um profissional cuidando de mim como um todo, sem foco em um problema de saúde específico. A minha ansiedade desencadeou uma série de problemas, como dores de cabeça, alergias, sinusites, e todos os sintomas eram frutos dela. Graças ao acompanhamento do meu histórico, meu médico entendeu que eram reflexos da ansiedade e precisávamos trata-la, uma percepção que só quem me acompanhava poderia ter. Com isso, tive um ganho de saúde e de tempo, pois reduzi o número de consultas e o tratamento foi efetivo”, conta.
Resultados
Nos Estados Unidos, por exemplo, dados de relatório produzido do CommonWealth Fund, baseado na análise de 72 indicadores, revelam que o mau acesso à atenção primária contribuiu para a prevenção e o gerenciamento inadequados de doenças crônicas, diagnósticos atrasados, adesão incompleta aos tratamentos, uso excessivo de drogas e tecnologias, por exemplo. O mesmo relatório mostrou que, em contraste com os EUA, durante a última década, o Reino Unido viu um declínio maior na mortalidade passível de cuidados de saúde do que os outros países estudados. No início dos anos 2000, o Reino Unido realizou um grande investimento em seu Serviço Nacional de Saúde, e, entre as principais iniciativas, estava a reforma dos cuidados primários, o que, ao lado dos investimentos em saúde, pode ter contribuído para o declínio da mortalidade passível de cuidados de saúde.
Os efeitos positivos dessa reorientação do modelo assistencial se confirmam em dados da própria Unimed-BH. Estudo promovido com uma amostra de clientes atendida pelo plano que prioriza o médico de referência revela que aqueles que permaneceram por mais tempo neste modelo registraram melhorias. Os clientes com atenção primária por dois anos apresentaram menor percentual de internações por condições sensíveis à atenção primária (6,3%) em comparação àqueles que eram acompanhados há um ano. Para cada 1.000 clientes, em média, houve 3,8 internações por condições sensíveis à atenção primária durante um ano, contra 5,6 internações no grupo de clientes há um ano no plano, no mesmo período. “Os clientes Pleno com maior tempo de exposição ao produto também apresentaram menor taxa de consultas ao pronto socorro. Os dados apontam que quanto mais tempo com esse acompanhamento, melhores os resultados. O prazer é grande por poder apoiar as pessoas a encontrar um caminho e pensar junto a saúde”, conta Marcos Quintão, médico de família da Unimed-BH.
Ele é o médico do corretor de seguros Paulo Roberto Martins Soares, que tem uma boa história de vida para contar. Ele tem três filhos e sete netos, e diz que o cuidado pode transformar a vida. “No início deste ano, eu estava jogando bola e comecei a sentir uma dor muito forte. O meu médico de referência me atendeu quando minha esposa o procurou, efetuou os exames clínicos e, ao visualizar o eletro, muito calmamente e com total sabedoria, uma vez que minha família estava presente, me encaminhou imediatamente ao Pronto Socorro e nos acompanhou. Meu quadro era grave, passei por uma angioplastia, mas tive uma melhora inesperada. O atendimento pelo meu médico, desde o começo do acompanhamento, foi exemplar, como eu nunca tinha experimentado na vida.”, diz ele.