Ministério estuda ampliar área de vacinação contra a febre amarela
31/10/2017
Diante da expansão dos casos de febre amarela neste ano, o Ministério da Saúde estuda ampliar a área de recomendação de vacina. Um dos cenários sob análise inclui todas as cidades de São Paulo, Rio e Bahia, incluindo as capitais, hoje fora do mapa.

Essa perspectiva consta de apresentação feita no início do mês pela Secretaria de Vigilância em Saúde para um seminário na Fiocruz. Sob título "plano 2017/2018", a projeção inclui quase todo o país na área com recomendação de vacinação. Fora do perímetro, ficariam áreas com recomendação de vacinação apenas para menores de 5 anos. 

Procurado, o ministério afirma que as possibilidades de ampliação do mapa da vacina estão ainda sob análise e que uma decisão será tomada ainda neste ano. Em setembro, a pasta já havia anunciado uma mudança, incluindo na vacinação crianças de nove meses de todo o país.

Por ora, permanece a área de recomendação em vigor. No caso da capital paulista, devem se vacinar só os que viajarão a locais afetados e os que vivem ou trabalham em um raio de 500 metros do Horto Florestal. Fora desse grupo, a imunização por ora é desaconselhada, até porque há risco de efeitos colaterais.

EXPANSÃO

O mapa de recomendação da vacina contra o vírus vem sendo gradualmente ampliado nos últimos 15 anos, à medida que o vírus, antes concentrado na região amazônica, avança em direção à costa do país.

Os casos deste ano, principalmente no Sudeste, levantaram preocupação adicional, uma vez que se aproximaram das duas maiores cidades do país, que têm grande parte da população não imunizada. "Não temos mais argumento para não vacinar o país inteiro", disse na semana passada o presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Maurício Nogueira.

A questão não é consenso. "A vacina da febre amarela não é inocente, pode ter reações adversas. Não se pode vacinar um número acima do necessário em cada momento", diz o epidemiologista Eduardo Massad, professor da Faculdade de Medicina da USP.

Coordenador do Comitê de Arboviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia, Antônio Bandeira avalia que, no atual momento, o importante é de fato concentrar a vacinação nas áreas próximas à morte do macaco para impedir que o vírus deixe as matas.

Resolvido o problema, ele é favorável à inclusão do Rio e de São Paulo na imunização de rotina aos poucos, até porque não há disponibilidade imediata de vacina para toda a população das grandes metrópoles.
"O ideal é que, quando não estivermos em uma situação crítica, possamos fazer a lição de casa para chegarmos mais preparados a uma nova situação mais delicada", diz.




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