OMS anuncia avanços no combate à tuberculose, mas cobra mais esforço
31/10/2017
Esforços mundiais para combater a tuberculose pouparam cerca de 53 milhões de vidas desde o ano 2000. O balanço positivo foi divulgado no relatório Global TB Report 2017, publicado ontem pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar das conquistas, o documento mostra que a enfermidade foi a principal causa de morte infecciosa de 2016, na frente do HIV, o que reforça a necessidade de mais medidas para conter a doença. O relatório também revelou uma alta incidência da doença no Brasil.

De acordo com o documento, em 2016 foram notificados 10,4 milhões de novos casos da doença em todo o mundo, dos quais 10% afetavam pessoas infectadas pelo vírus HIV. Sete países representaram 64% da carga total, com a Índia na lidernça, seguida por Indonésia, China, Filipinas, Paquistão, Nigéria e África do Sul. Estima-se que 1,7 milhão de pessoas morreram de tuberculose, incluindo cerca de 400 mil pessoas que foram coinfectadas com o vírus da Aids — uma redução de 4% em relação a 2015.

Apesar da diminuição na taxa de mortalidade global, a OMS destaca que o progresso no combate à tuberculose está paralisado em vários países, o que mostra a necessidade de intensificar os esforços. “Enquanto o mundo se comprometeu a acabar com a epidemia de tuberculose até 2030, ações e investimentos não correspondem à retórica política. Precisamos de uma abordagem dinâmica, global e multissetorial”, declarou, em um comunicado à imprensa, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “O grande número de mortes e sofrimento falam por si mesmos — não estamos acelerando o suficiente”, ressaltou Mario Raviglione, diretor do Programa Global de Tuberculose da OMS.

A organização também ressalta que um dos maiores problemas enfrentados é a tuberculose multirresistente, que é quando os medicamentos usados para tratar a doença não fazem mais efeito. Segundo o documento da OMS, metade desses casos está concentrada na Rússia, na Índia e na China.

Em relação ao Brasil, o relatório mostra que ocorrem 42 casos da doença a cada 100 mil habitantes, número considerado alto quando comparado com a média de incidência do continente americano, que é de 27 casos a cada 100 mil. Os casos de pessoas coinfectadas com o HIV no país correspondem a 13%. O documento também destaca como positiva a medida brasileira utilizada para garantir as notificações da doença, necessárias para que o medicamento possa ser retirado no serviço público. Elogia ainda a realização de um encontro nacional, em abril passado, durante o qual especialistas da Rede Brasileira de Pesquisa sobre Tuberculose (Rede TB) discutiram a necessidade de pesquisas sobre a enfermidade. “A ação rápida para a cobertura de saúde universal e proteção social, bem como avanços em pesquisa e inovações serão fundamentais para permitir o acesso aos cuidados de mais alto padrão para todos, especialmente as pessoas mais pobres e mais desfavorecidas”, ressaltou Raviglione.




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