O Brasil cumpriu 13 de 19 indicadores da Organização Mundial da Saúde para prevenir doenças não-transmissíveis. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (20) em Montevidéu, no Uruguai, durante conferência sobre estratégias para atingir as metas no combate à obesidade, câncer, doenças cardíacas e respiratórias e diabetes, por exemplo.
Douglas Bettcher, diretor da OMS para a Prevenção das Doenças Não-transmissíveis, destacou os países com melhor desempenho até 2017. O Brasil e a Costa Rica são os dois países da América Latina no topo da lista.
O Brasil não conseguiu cumprir duas medidas: restringir as propagandas de bebidas alcoólicas na mídia e dar aconselhamento para prevenir ataques cardíacos à população.
Outros quatro indicadores estão parcialmente atingidos: inclusão de impostos sobre o tabaco; mais campanhas de mídia contra o cigarro; estabelecer restrições para o acesso ao álcool; e a inclusão de impostos na indústria das bebidas alcoólicas.
Entre os itens atingidos, estão, por exemplo, o governo ter uma estratégia multissetorial que integra ações de saúde, eliminar a exposição de fumaça do cigarro a terceiros em lugares fechados, implementar avisos sobre os riscos de saúde nas embalagens de cigarro, além de reduzir sal e gordura saturada nos alimentos.
De acordo com a organização internacional, o conjunto de indicadores é fundamental para atingir as metas mundiais da OMS para 2025.
São elas:
- Redução de 30% no consumo de tabaco
- Redução de 10% no consumo nocivo de álcool
- Redução de 30% na ingestão de sal
- Redução de 10% no sedentarismo
- Redução de 25% nos casos de hipertensão
- Que não aumente o número de obesos e diabéticos
- Cobertura de 50% no acesso à remédios
- Cobertura de 80% dos medicamentos essenciais e tecnologias básicas
Encerramento
O presidente do Uruguai, Tabaré Vásquez, e o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, fizeram seus discursos de encerramento para os participantes de mais de 30 países na conferência. Eles falaram sobre os resultados do que foi discutido nos últimos três dias.
Até 2030, a meta da OMS é reduzir em um terço a mortalidade prematura pelas doenças não-transmissíveis. O documento assinado pelas autoridades e governos destaca medidas para tratar e promover a saúde e o bem-estar mental. Uma maior proximidade com o setor privado e medidas conjuntas são propostas no documento, apesar de eventual conflito de interesse.
O documento fala ainda em buscar medidas para abordar o impacto negativo de produtos e fatores ambientais nocivos para a saúde e fortalecer a contribuição e a prestação de contas do setor privado e de outros atores não estatais.
Cita também que os países aumentem significativamente o financiamento das respostas nacionais às doenças doenças não-transmissíveis.
Uma nova comissão foi criada para controle das metas nos países, divulgada nesta sexta-feira. Adhanom incluiu a paquistanesa Sania Nishtar, que concorreu à presidente da instituição neste ano, e o presidente do Uruguai, que é médico oncologista.
“As doenças não-transmissíveis matam mais que duas guerras mundiais juntas”, disse Vásquez.