Após intervenção da ANS, Unimed tem 88% das cooperativas atuando no azul
16/10/2017
Dois anos após a intervenção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em uma das maiores singulares do Sistema Unimed, o grupo já dá indícios de fortalecimento. No segundo trimestre de 2017, 88% das cooperativas encontravam-se em situação econômico-financeira favorável.

Os dados são da auditoria interna do Sistema Unimed e mostram que, no mesmo período de 2015 e 2016, os índices foram 81% e 82%, respectivamente. "Sabemos que essas situações são imprevisíveis, pois cada singular tem sua gestão, mas hoje vemos uma melhora do cenário tanto em menores quanto na Unimed Rio", diz a diretora de administração e finanças da Unimed do Brasil, Viviane Vieira Malta

De acordo com ela, o mercado de saúde é extremamente delicado por conta do nível de regulação e as cooperativas ainda têm um segundo fator. "No modelo, o médico é dono e prestador de serviço, ou seja participa do resultado e atende. Temos que achar o equilibrio entre boa remuneração, qualidade e controle do custo", explica.

Entre as reformas defendidas pela Unimed do Brasil - confederação que representa institucionalmente as singulares - está a mudança no modelo de atenção. Em 2011 a cooperativa instituiu o Comitê de Atenção Integral à Saúde (CAS), com o objetivo de incentivar operadoras do sistema na implantação de modelo baseado na atenção primária: a ação foi adotada em mais de 45 Unimeds e atingiu 200 mil clientes. Uma outra mudança, mais recente, é o Registro eletrônico de Saude (RES) que reúne o dado dos beneficiários. "Estamos com o projeto piloto em torno de 10 a 12 singulares e federações. O investimento foi robusto. Ajuda no uso racional de recursos e está integrado ao prontuário do cliente, que só pode ser acessado com a senha dele".De acordo com ela, cada singular tem autonomia para aceitar ou não a assessoria técnica, mas os problemas vistos no sistema e no restante do mercado serviram de alerta para todos, impulsionando a necessidade de trabalho em conjunto.

Regulamentação

Uma questão que poderia ajudar cooperativas médicas, de acordo com o assessor jurídico da Unimed do Brasil, José Cláudio Ribeiro Oliveira, é a diferenciação do modelo de negócio na regulamentação. Hoje se fala de uma revisão da Lei 9.656 de 1998, que regula os planos privados: aproveitando a discussão, o advogado comenta que a revisão de garantias financeiras daria maior fôlego para o setor. "Existe postulação de que 20% desses ativos garantidores podem ser aplicados em ativos hospitalares e gostaríamos que fosse a 50%. Isso permitiria a construção de novos leitos", destaca.

De acordo com ele, diferente de uma operadora de saúde tradicional que pode receber aporte estrangeiro e outros meios de captação, o sistema depende dos médicos, que enfrentam redução no número de atendimentos devido à queda do número de beneficiários. "A cooperativa não é uma empresa de capital, é uma sociedade de pessoas", diz.

De um outro lado, um fator que pode prejudicar é resolução que eliminou a possibilidade de colocar a sede da operadora como ativo garantidor. "A partir de janeiro do ano que vem entra em vigência e muita Unimed do interior tem sede e como garantia", coloca.

Outra questão citada foi o dispositivo que não autoriza recuperação judicial em operadoras. "Hoje ela vai bem ou quebra, mesmo sendo o único segmento com natureza securitária que tem uma cobertura ilimitada. Seria razoável uma recuperação judicial. Se tivesse o dispositivo, a Unimed Paulistana não teria sido liquidada e conseguiria alongar a dívida com os prestadores."
Fonte: DCI




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