Atendimento adequado em saúde mental pode reduzir número de suicídios no país, dizem especialistas. A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara realizou audiência pública nesta terça-feira (10) para debater a prevenção ao suicídio com gestores de saúde, psiquiatras e representantes do Centro de Valorização da Vida (CVV). Dados do Ministério da Saúde mostram que nos municípios onde há Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), a taxa de suicídios diminui em 14%.
Para o representante do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) Eduardo Luiz da Silva só é possível resolver o problema com atendimento adequado à população. "Para enfrentar o suicídio como um problema de saúde pública, necessariamente, precisa repensar a saúde mental e a rede de serviços que está posta para tratar e dar atenção para essas pessoas", defendeu.
Vice-coordenadora do CVV, Leila Herédia, relata que a cada 45 minutos, um brasileiro comete suicídio, a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Para ela, 90% dos casos poderiam ser evitados com atendimento adequado nas escolas e hospitais ou ainda “com uma boa conversa”.
A autora do requerimento para a realização da audiência pública, a deputada Raquel Muniz (PSD-MG), afirmou que é preciso discutir esse tema com a sociedade para que sejam desenvolvidas políticas públicas capazes de diminuir os índices de suicídio no país.
"Há uma preocupação enorme com a estatística apresentada aqui, o número de suicídios entre jovens, mas também com a população de idosos, mais suscetível à solidão e ao isolamento, portanto, há que se ter a promoção do lazer e a integração desses idosos também", destacou.
A representante do Ministério da Saúde Cinthia Lociks de Araújo destacou que o suicídio no Brasil é mais frequente na região sul e a taxa é mais alta entre os idosos. "A população idosa é particularmente vulnerável. Nós temos uma taxa de 5,7 suicídios por 100 mil habitantes para a população brasileira como um todo, mas ela é de quase 9 por 100 mil na população com 70 anos ou mais", alertou.
Cinthia destacou ainda que desde 2015, a cada ano, a campanha setembro amarelo chama a atenção da população para a prevenção ao suicídio. Para a técnica da saúde, é preciso combater o preconceito com informações para diminuir a subnotificação, que dificulta a promoção de ações efetivas.