O momento é de agir, afirmam executivos da saúde suplementar
06/10/2017
A presidente da FenaSaúde, Solange Beatriz, defende o setor como poderoso agente da economia nacional, representando 2,6% do PIB brasileiro. Segundo Solange Beatriz, a saúde suplementar é responsável pela atenção à saúde de quase 70 milhões de beneficiários. “E temos cumprido nosso papel. Ano passado, mesmo com a saída um milhão e meio de beneficiários, realizamos um bilhão e quatrocentos milhões de procedimentos, sejam consultas, exames, terapias e internações. Todos esses atendimentos representaram R$137 bilhões em despesas na assistência médica e odontológica. Valor custeado pelos empregadores e cidadãos e destinado à imensa cadeia produtiva da saúde, que vai desde médicos e demais profissionais de saúde; fabricantes de medicamentos e materiais; até hospitais e laboratórios”, afirma.

De acordo com a presidente da FenaSaúde, se as soluções ainda não foram concretizadas, os diagnósticos dos problemas já foram realizados: “Desde a promulgação da Lei nº9.656 já se passaram quase 20 anos e muita coisa mudou no Brasil e no mundo. Portanto, o nosso marco regulatório precisa se atualizar. A questão deixou de ser ‘se a saúde não tem preço, a medicina tem custo’; hoje, este custo está ficando impagável”.

Para Solange Beatriz, toda a cadeia produtiva da saúde sabe que é preciso mudar o modelo de acesso e de financiamento. “Falta pactuar e dar os primeiros passos. Temos que trazer consumidores, prestadores, profissionais de saúde e reguladores para discutir objetivamente as soluções. ”

Com a autoridade de ex-presidente da FenaSaúde e da Bradesco Saúde, o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, em sua fala na abertura do evento, permitiu-se uma figura de linguagem para definir o atual momento na cadeia produtiva da Saúde Suplementar: “A corda está muito esticada”.

Saúde Suplementar que, principalmente depois de 2015, disse ele, tem sido palco de debates muito intensos, agravados ainda mais pela conjuntura desfavorável em que o País de encontra. Conjuntura que leva os consumidores, que já não conseguem pagar a conta, a não quererem mais promessas, mas, sim, mais amparo do Estado.

“Precisamos de um Plano Real da Saúde Suplementar para estabilização do acesso e dos custos”, afirmou, lembrando ainda de um alerta recente do Ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, para quem, dentro em breve, os problemas da Saúde no Brasil poderão se tornar ainda mais sérios que os da Previdência. Entretanto, o presidente da CNseg entende que o setor possui suficientes inteligências e experiências para que possamos pactuar um programa mínimo. “Só não há mais tempo a perder”, concluiu.

Soluções passam pela construção de uma narrativa que faça sentido a todos

Representando a Agência Nacional de saúde Suplementar (ANS), seu diretor-presidente substituto, Leandro Fonseca da Silva, afirmou que a agência está ciente dos desafios que precisam ser enfrentados, identificando, como o principal, o do financiamento da assistência à saúde, agravado pelo envelhecimento da população e pelos custos crescentes da incorporação de novas tecnologias. E ainda concordando com Solange e Marcio, ressaltou a urgência da necessidade da ação, afirmando que é preciso construir uma narrativa que faça sentido para consumidores, empresas e governo a respeito das medidas que devem ser tomadas. Leandro disse, ainda, que o caminho para o encontro de soluções passa inevitavelmente pelo diálogo entre os agentes do setor e que, para isso, podem contar com a ANS.

Também presentes à mesa de abertura estiveram o presidente do Instituto Coalizão Saúde e Presidente do UnitedHealth Group Brasil, Claudio Lottenberg, e o presidente do Conselho de Administração do Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde (CBEXs) e presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP), Francisco Balestrin. O primeiro destacou a pujança do setor, responsável por 5 milhões de empregos diretos e indiretos que, apesar da crise, aumentou a empregabilidade em 2016. E o segundo também destacou que o setor precisa mostrar à população e ao governo sua importância, mas isso só será possível quando todos entenderem que “estamos no mesmo barco”.
Fonte: Anahp




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