Após seis anos sem fechar aquisições, o Fleury volta às compras. O primeiro ativo dessa nova fase foi a Serdi, laboratório especializado em exames de imagem de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A companhia tem ainda no radar outros 20 laboratórios de várias regiões do país, sendo que com um terço deles há negociações avançadas e com cerca de três laboratórios há um processo de diligência.

"Nossa última aquisição foi em 2011 com o Lab's, no Rio de Janeiro. Foi um processo de muito aprendizado e agora estamos retomando o processo de expansão também por meio aquisições, além do crescimento orgânico", disse Carlos Marinelli, presidente do Fleury. O Fleury pagou R$ 1,1 bilhão pelo Lab's, laboratórios que pertenciam à Rede D'Or, cujo processo de integração foi bastante complicado. A operação do Lab's só conseguiu ser lucrativa a partir de 2014.

Segundo Marinelli, os ativos que estão sendo analisados para aquisição estão localizados tanto em cidades em que a companhia ainda não tem presença como nas regiões onde já tem unidades. Hoje, o grupo Fleury tem unidades em seis Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, Paraná e Rio Grande do Sul) e no Distrito Federal.

A Serdi foi adquirida por R$ 29,8 milhões, sendo que parte desse valor será usado para pagar dívidas. Porém, segundo Marinelli, o endividamento não é elevado e refere-se a financiamentos de equipamentos médicos, como aparelhos de ressonância magnética.

A Serdi oferece apenas exames de imagem - segmento em que o Fleury não atua em Porto Alegre. Nesta praça, a companhia é dona do laboratório Weinmann, adquirido em 2009, que oferece exclusivamente exames de análises clínicas. "Em Porto Alegre, há poucos players que oferecem serviços de imagem e análises clínicas na mesma unidade", disse Marinelli. No entanto, o executivo informou que, inicialmente, não pretende integrar as duas operações na capital gaúcha.

Questionado se pretende entrar em Santa Catarina, uma vez que já está no Rio Grande do Sul e Paraná, o presidente do Fleury disse que não mantém conversações com nenhum laboratório catarinense.

A Serdi foi a 28ª aquisição do Fleury desde 2002. A retomada do processo de aquisições este ano ocorre simultaneamente ao plano de expansão por crescimento orgânico, com a abertura de unidades menores com a bandeira Fleury. Até então, a companhia estava focada numa profunda reestruturação que levou cerca de dois anos.

No segundo trimestre, o Fleury registrou um lucro líquido de R$ 87,8 milhões, um crescimento de 90,6% sobre igual período de 2016. A receita avançou 13,8%, para R$ 597,6 milhões.