BP vai abrir clínicas longe dos hospitais
14/09/2017
A BP - nova nomenclatura da Beneficência Portuguesa de São Paulo - investe em uma nova estratégia de expansão: abertura de clínicas médicas distantes de seus hospitais. Hoje, a BP tem cerca 20 clínicas externas de várias especialidades médicas localizadas no entorno dos hospitais. Há ainda outros 30 núcleos de consultórios que ficam dentro dos quatro hospitais do grupo, em São Paulo. 

A primeira unidade a ser aberta longe de um hospital do grupo é uma clínica especializada em saúde da mulher liderada pelo médico Maurício Abrão, referência em endometriose e que por muitos anos foi do Sírio-Libanês. Com investimento de R$ 5 milhões, esse consultório, que realizará também exames e tratamento de oncoginecologia, será inaugurado ainda neste ano na região do Ibirapuera, bairro nobre da capital paulista que não conta com hospitais do grupo. 

"O perfil das doenças ginecológicas e o ritmo de vida das mulheres mudaram significativamente nos últimos anos. Por isso, cada vez mais, é preciso pensar no cuidado 'one stop shop' com foco em prevenção", disse Abrão.

A segunda clínica "independente" da BP será de cardiologia, com previsão de abertura no primeiro semestre de 2018. "Estamos focando numa expansão, que estamos chamando de 'extra muros', também nas áreas de oncologia e neurologia", afirmou Luiz Eduardo Loureiro Bettarello, superintendente-executivo médico e de desenvolvimento técnico da BP.

Outra frente em que o grupo hospitalar quer crescer é a área de tratamento para câncer. Hoje, a equipe já tem nomes como dos oncologistas Alfredo Buzaid e Fernando Maluf e, no mês passado, contratou William Nassib William, que era do MD Anderson, um dos melhores hospitais no mundo para tratamento da doença. Além disso, a Beneficência Portuguesa firmou uma parceria com a Oncoclínicas, rede de clínicas especializadas em câncer, que fica responsável pela área de radioterapia. 

Neste ano, a expectativa da BP é que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) atinja R$ 100 milhões, o que representa um aumento de 45,5% quando comparado ao desempenho apurado em 2016. No ano passado, a receita líquida do grupo hospitalar somou R$ 1,2 bilhão.

Entre 2017 e 2027, a BP deve investir R$ 750 milhões em expansão orgânica. Desta quantia, R$ 110 milhões estão sendo destinados para infraestrutura e manutenção e R$ 25 milhões para divulgar a nova marca.

A partir de 2018, o hospital Beneficência Portuguesa passa a atuar com um novo modelo de filantropia. O valor da isenção fiscal será revertido em programas de atendimento médico, ensino ou pesquisa que são estabelecidos pelo Ministério da Saúde - formato adotado pelos hospitais do grupo de excelência composto por Albert Einstein, Sírio-Libanês, Alemão Osvaldo Cruz, HCor, em São Paulo, e o Moinhos de Vento, no Rio Grande do Sul.

Atualmente, a Beneficência tem isenção fiscal porque cerca do seus 55% dos atendimentos médicos são destinados a pacientes do Sistema Único da Saúde (SUS). No entanto, esse formato é muito criticado porque a tabela SUS tem uma defasagem de cerca de 60% em relação ao valor pago no mercado privado. Para manter o equilíbrio nas contas, a BP usa a receita obtida com os planos de saúde para cobrir o déficit deixado pelo governo. O hospital do grupo localizado no bairro da Penha, em São Paulo, continua atendendo pacientes do SUS.

A mudança no formato de isenção fiscal faz parte de uma reestruturação e modernização que o grupo hospitalar BP iniciou há cerca de cinco anos.
Fonte: Valor




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