Modelo holandês avança com PPP
28/08/2017
Mesmo nos países mais desenvolvidos, ainda não existe uma plataforma capaz de integrar a cadeia inteira do setor de saúde, com todos os agentes trabalhando interconectados. Ao mesmo tempo, os avanços já obtidos inspiram os rumos da indústria nacional.

Na Holanda, onde em 2016 o sistema de saúde foi eleito o melhor da Europa, pela sexta vez, pelo European Health Consumer Index, a base de desenvolvimento da saúde 4.0 foi a união entre indústria, governo e instituições de pesquisa. "Foram selecionados setores industriais que normalmente não se falariam, mas que, juntos, desenvolveram avanços significativos em suas áreas, em parcerias público-privadas", explica o gerente de inovação, ciência e tecnologia do Consulado da Holanda Rens Koele.

Koele destaca o Programa Nacional de Cuidado aos Idosos, que durou de 2008 a 2016 e no qual foram investidos € 80 milhões, envolvendo oito hospitais, mil médicos e 18 mil idosos. O projeto, que reuniu várias iniciativas, incluindo eHealth, proporcionou economia de € 219 milhões. O programa continua, mas sem aporte do governo.

Em 2014, o país iniciou um projeto com foco em telemedicina, dispositivos portáteis e medicina de precisão para disseminar a autogestão de pacientes. Foram estabelecidas três metas: até 2019, 80% dos doentes crônicos deverão ter acesso a informações sobre medicamentos, funções vitais e resultados de exames; 80% precisarão fazer automedições, verificando o próprio peso, pressão etc., e colocar estes dados no sistema - no fim de 2015, 45% já o faziam, diz Koele. O terceiro objetivo é que 100% dos pacientes com doenças crônicas e idosos tenham acesso 24 horas por dia, sete dias por semana, à telemedicina. 

"Os EUA já têm dois hospitais sem nenhum paciente internado", ressalta o diretor de ensino e pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, Luiz Fernando Reis. "São ilhas com enfermeiros e médicos que dão apoio a outras instituições. O hospital recebe um paciente e aciona essas estações, que dispõem dos exames e condutas relacionados a este paciente. Com o médico ao lado do doente, elas prestam todo o apoio tecnológico e de conhecimento na solução do problema a distância."

Na Alemanha, está bastante disseminada a automação de equipamentos e a análise de imagens na área de diagnóstico, além do monitoramento remoto dos pacientes, principalmente de idosos, relata Tobias Zobel, diretor-executivo do Medical Valley, cluster instalado na região da Bavária. "Temos uma digitalização avançada em todas as áreas, mas o desafio é conectar todos estes setores." No ano passado, a Medical Valley escolheu o Rio Grande do Sul para sediar um de seus três hubs mundiais - os outros estão na China e nos EUA.

"Acreditamos que a saúde é uma das principais áreas em que o Brasil tem chance de tomar a dianteira na criação de uma plataforma digital", diz a líder de Health na PwC, Eliane Kihara.
Fonte: Valor




Obrigado por comentar!
Erro!
Contato
+55 11 5561-6553
Av. Rouxinol, 84, cj. 92
Indianópolis - São Paulo/SP