O aprimoramento tecnológico de clínicas, laboratórios e hospitais brasileiros abre um novo gargalo no setor: a qualificação profissional. Pensando nisso, a GE Healthcare deve anunciar nos próximos dias uma parceria com uma instituição de ensino para formação de técnicos, tecnólogos, biomédicos, além de cursos de extensão para médicos.
Desde 2010, quando abriu uma planta em Contagem, Minas Gerais, onde desenvolve e produz os equipamentos distribuídos no mercado nacional, a empresa pretende investir, num prazo de cinco anos, a contar daquela data, US$ 75 milhões no país, sendo US$ 25 milhões só na área de P&D.
"Embora o Brasil tenha profissionais na área da saúde, com níveis de primeiro mundo, percebemos que há falta de mão de obra para lidar com as demandas que a saúde brasileira exige. Por isso, queremos ajudar na preparação desses profissionais para a demanda que cresce cada vez mais no setor", explica Daurio Speranzini, vice-presidente da GE Healthcare para a América Latina.
De olho nesse mercado, a Varian Medical Systems, líder no mercado de equipamentos de oncologia, anunciou no ano passado a abertura de uma fábrica em São Paulo que integrará um centro de formação profissional, produção, pesquisas e armazenagem de reposição de peças.
"Embora haja um grande número de médicos de renome mundial no Brasil, especialistas no uso de alta tecnologia, há também muitas áreas que estão sem profissionais capacitados. Por isso, estamos trabalhando para tornar as tecnologias mais disponíveis e fáceis de usar", diz o gerente nacional de vendas da Varian no Brasil, Milton Munhoz.
A diretora-médica do laboratório Fleury Medicina e Saúde, Daniela Kerbauy, confirma que a qualificação e humanização no atendimento do paciente tem sido um dos focos da empresa. "Temos usado a tecnologia para tornar o pronto atendimento mais eficaz, reduzindo ao máximo a permanência do paciente no leito. Mas, o mais importante, é que o médico do diagnóstico seja mais proativo, trabalhando em parceria com o médico do paciente na avaliação dos exames".
Para isso, o laboratório lança mão da conectividade com alguns hospitais parceiros. "Jogamos o resultado (dos exames) numa base por onde o hospital pode acessar os resultados", afirma Daniela. Só neste ano, o grupo pretende investir R$ 300 milhões em tecnologia, construção e reforma de unidades, além da aquisição de equipamentos.
Para atender o público mirim, o Fleury fechou parceria com a ONG americana Sesame Workshop (Vila Sésamo), dentro do projeto Vila da Saúde, com a montagem de salas com elementos do universo infantil. "Todos os profissionais são treinados para cuidar e dar mais agilidade aos procedimentos voltados para as crianças", afirma Daniela. (AC)