A indústria fornecedora de equipamentos hospitalares investe em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para melhorar a qualidade da gestão dos hospitais brasileiros, o que inclui a capacitação de profissionais. Considerado um mercado atraente, com crescimento de 7% a 8% ao ano e faturamento de R$ 340 bilhões, as empresas estão de olho no crescente número de adesões a planos de saúde e no aumento da expectativa de vida da população.
Algumas invenções "high-tech" estão chegando ao Brasil. A Siemens vai trazer ainda este ano a Biograph-mMR, uma máquina de US$ 10 milhões que combina duas técnicas de imagem em um só corpo: os sistemas positron emission tomography (PET) e a ressonância magnética. "Com essa máquina, conseguiremos detectar o câncer mais cedo e como o tumor se desenvolve", diz José Aurelino de Franca, gerente da unidade de negócios de ressonância magnética da Siemens no Brasil.
A GE Healthcare também está trazendo para o Brasil o projeto Discovery IGS 730, um robô utilizado em tratamentos de alta complexidade, como o cardíaco. Com nome de filme de ficção científica, o Discovery possui um sistema de imagem 3D que permite, por exemplo, que o médico vá na arteria correta durante um exame de cateterismo e na detectação e tratamento de tumores no fígado. Só existem três desses robôs no mundo: dois na Europa e um nos Estados Unidos, segundo Daurio Speranzini, vice-presidente da GE Healthcare para a América Latina.
Na mesma linha robótica, já está em teste o Artis Zeego, equipamento de US$ 2 milhões desenvolvido pela Siemens e que já está em uso em hospitais como o Dante Pazzanese , em São Paulo, e no Pró-Cardíaco, no Rio, de acordo com Antônio Carlos Ribeiro, gerente da unidade de negócios de Angiografia da Siemens. O sistema substitui o modo antigo de fixação de equipamento no solo ou teto, aumentando a segurança, esterilização do ambiente e conforto do paciente.
O Artis Zeego tem como principal característica a realização de exames de tomografia com até 360 graus e melhor qualidade de imagem num tempo mínimo, cuja aplicação destina-se especialmente à sala híbrida de cirurgia, uma nova solução também trazida pelas Siemens já em uso em hospitais de ponta, como o Albert Einstein, em São Paulo. O conceito é usado em cirurgias cardiovasculares complexas. Composta por equipamentos de hemodinâmica (circulação sanguínea) dentro de um ambiente cirúrgico, as novas salas permitem uma integração melhor entre os diferentes especialistas, como cirurgiões e cardiologistas.
Dentro do conceito de soluções integradas, a Philips Healthcare apresenta o que chama de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do futuro. A novidade também já está em teste há 1,5 ano em um hospital da Grande São Paulo. Trata-se de uma solução que inclui monitores, ventilação, anestesia, ultrassom e acessórios de alta tecnologia. O pacote pode custar US$ 5 milhões, pagos em prestações. "Tudo vai depender do número de itens. O hospital paga em parcelas e oferecemos todo o suporte técnico necessário também", explica Marcos Cunha, líder de negócios da área de healthcare da Philips Brasil.
© 2