Na primeira consulta são feitos os exames para saber se há nódulos da tiroide. Uma semana depois é feita uma avaliação dos resultados e marcada a cirurgia, quando indicada. A agilidade de atendimento da Unidade de Tireoide do Hospital Albert Einstein foi possível aliando o conhecimento e infraestrutura de uma instituição de saúde de ponta e o corpo clínico da Universidade Estadual Paulista (Unifesp) para atender uma carência do SUS na especialidade.
A parceria entre o Instituto de Responsabilidade Social do Einstein e a Unifesp deu-se em 2005 em resposta a uma necessidade de exames mais acurados e acompanhamento de pacientes do SUS para câncer da tiroide, principalmente no tratamento com iodo radioativo. "Assim que o paciente é operado para retirar os nódulos passa pela aplicação de iodo, conforme a indicação", explica Danielle Andreoni, coordenadora médica do centro de doenças da tiroide IIRS - Instituto Israelita de Responsabilidade Social do Einstein.
Toda equipe médica da unidade vem da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Além de suprir uma necessidade do SUS na área de tiroide, tem um importante papel na capacitação de médicos na especialidade e o desenvolvimento de melhores técnicas, evitando o desperdício de recursos que vêm do Ministério da Saúde e de renúncia fiscal com a Prefeitura de São Paulo. Parte dessa verba foi investida em equipamentos para realização de exames como o de tomografia e PET/CT que reúne recursos e diagnósticos de medicina nuclear e radiologia para a detecção do câncer. A Prefeitura centraliza os agendamentos e são feitos 300 atendimentos por mês. No ambulatório o paciente faz uma avaliação do nódulo da tiroide com tomografia e punção já na primeira consulta. Uma semana depois volta ao hospital para a avaliação dos exames, recebe alta, acompanhamento ou marcação de cirurgia.
Devido à parceria com a Unifesp, a unidade da tiroide desenvolve novas técnicas cirúrgicas, como o uso de ablação para o tratamento do nódulo com laser. A unidade também capacita médicos da prefeitura para diminuir a requisição de exames desnecessários, diminuindo custos para o SUS.
Uma equipe com foco na especialidade consegue se atualizar de forma mais rápida, otimizando o uso das verbas orçamentárias. "O paciente passa apenas duas vezes pelo médico e não precisa realizar múltiplos exames desnecessários", diz Ela destaca que aumentou muito a incidência de câncer da tiroide nos últimos anos devido a fatores ambientais e alimentares, o que fez com que o SUS procurasse unidades que atendessem a demanda pelo diagnóstico precoce. (ALM)