A Roche, farmacêutica que desenvolve medicamentos para tratar o câncer, concluiu em 2015 a aquisição do controle da Foundation Medicine, empresa americana especializada em análise genômica dos pacientes oncológicos. Com pipeline com mais de 110 moléculas complexas em desenvolvimento para necessidades médicas ainda não atendidas em áreas como a oncologia, a Roche tem seu foco hoje voltado à área de câncer-imunoterapia. Ou seja, medicamentos que convocam o sistema imunológico a combater da doença.
Ao combinar a abordagem da Foundation Medicine com seu histórico em oncologia, a empresa almeja elevar a medicina personalizada (diagnóstico, tratamento e, agora, a informação molecular e análise genômica) a um novo patamar na luta contra o câncer.
O campo da informação molecular e análise genômica vem desempenhando um papel fundamental para as soluções de diagnóstico e tratamento do câncer. "Há a necessidade de uma avaliação genômica abrangente e de alta qualidade para melhorar a prática clínica no mundo. A Foundation Medicine provou identificar até três vezes mais alterações genômicas do que os métodos tradicionais, possibilitando que cada vez mais pacientes tenham opções de tratamento", afirma Matheus Vieira, head da Roche Molecular Information para a América Latina.
Ele explica que pelo fato de o câncer não ser uma doença única, foram identificados inúmeros subtipos, marcadores de tumor e mecanismos de ação da doença. As análises da Foundation Medicine, explica, são um importante passo para entender a fundo como a doença se manifesta em cada paciente e encontrar evidências e comportamentos que possam direcionar novas pesquisas.
Desde o segundo semestre de 2016, a Roche passou a comercializar no Brasil as soluções de informação molecular da Foundation Medicine, que contam com dois produtos - FoundationOne e FoundationOne Heme. Eles oferecem uma linha de perfis genômicos de todos os tipos de câncer, com resultados de relevância prática e validados mundialmente.
Um mapeamento abrangente do câncer é realizado a partir de uma amostra de tecido tumoral obtido por biópsia, com a finalidade de realizar uma pesquisa de todos os genes que podem estar alterados, causando o câncer.
Além da pesquisa, por meio de análise de big data, a Foundation Medicine consolida diversos bancos de dados globais na busca de evidências e possíveis opções de tratamento. Na sequência, uma equipe de geneticistas e patologistas analisa cada relatório e garante que a informação esteja toda lá. O resultado é um relatório personalizado para cada paciente, no qual o médico tem todas as possíveis opções de tratamento. "É como se para cada tipo de tumor o médico recebesse um livro detalhado com todas as evidências que suportam diferentes opções de tratamento."
Na outra ponta, o Grupo São Francisco também investe em análise de dados e tecnologias específicas para atender pacientes oncológicos e aqueles que nem identificaram a doença ainda. "Nosso projeto visa criar um repositório centralizado de informações de saúde dos pacientes, com dados de diversos sistemas e correlacioná-los utilizando técnicas de data mining e machine learning", explica o Dr. Carlos Braga, gerente médico de saúde preventiva do grupo.