Beneficência Portuguesa investe R$ 30 milhões para instalar tecnologia
26/07/2017
Na área da saúde, a adoção dos prontuários eletrônicos - fichas utilizadas para guardar o histórico dos pacientes - deve ser integrada ao plano estratégico. "Não é mais possível atender com qualidade, sem investir em digitalização", garante Denise Soares dos Santos, CEO da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo. A instituição aportou R$ 30 milhões para instalar a tecnologia.

Segundo Denise, a BP tomou a decisão de implementar o prontuário eletrônico em 2013. Entre as metas práticas estavam a de melhorar processos, ampliar a segurança do paciente e aumentar a produtividade da equipe médica. Mas o projeto ganhou contornos mais complexos quando a direção do hospital colocou-o no centro de suas ações para a valorização da vida. "Para engajar a equipe, é fundamental dar um sentido ao uso da tecnologia", explica Denise.

Lilian Quintal Hoffmann, superintendente de Tecnologia da Informação da BP, destaca o acesso aos dados do paciente junto ao leito. "Instalamos notebooks em carrinhos, permitindo a anotação de qualquer intervenção médica ou da enfermagem", diz. Todas as salas de consulta, a enfermaria e os laboratórios também possuem equipamentos para uso do prontuário eletrônico.

As executivas citam que ao consultar o paciente - no leito ou na sala de consulta - o médico verifica, na tela, os exames, as medicações, os procedimentos e as intervenções realizadas. Pode resgatar o histórico de saúde e decidir sobre o melhor tratamento. "Com todas as informações, o profissional é mais assertivo no tratamento", lembra Denise.

Segundo Lilian, o sistema é capaz de alertar sobre medicações que não são indicadas para o paciente. "Se o doente é alérgico a algum tipo de substância, o software informa ao profissional de saúde, barrando a prescrição", exemplifica. Este recurso amplia a segurança do paciente e ajuda o médico, que muitas vezes desconhece a alergia.

Mas o maior ganho está mesmo no tempo que sobra para atenção aos pacientes e às famílias. "Ao aumentar a produtividade, humanizamos o atendimento", diz Denise. Como exemplo, a executiva cita os relatórios preenchidos após a cirurgia. Quando o procedimento era manual, o médico tinha de listar os materiais utilizados, os procedimentos realizados e outros detalhes em fichas de papel. O processo durava cerca de 30 minutos. Com o sistema, a lista prévia está disponível no computador, o profissional verifica e modifica o que for necessário, reduzindo a tarefa a poucos minutos. "O tempo é gasto com a família, em uma conversa olho no olho para tranquilizá-la e explicar os próximos passos do tratamento."

Para as executivas, o processo de digitalização não tem limites e logo os hospitais estarão prontos para captar dados de sensores, dispositivos e máquinas automaticamente, gerando alertas imediatos sobre a saúde do paciente. Já a formação de um banco de dados único para o sistema de saúde - o que permitiria a medicina colaborativa - demanda um trabalho de padronização para registro dos dados. "Se todos falarem a mesma língua será possível criar repositórios para estudar doenças e sermos mais efetivos em ações de prevenção e promoção da saúde", afirma Denise.
Fonte: Valor




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