A Organização Mundial da Saúde estima que a vacinação previne entre dois e três milhões de mortes a cada ano
Cerca de uma em cada 10 crianças não foi vacinada em 2016, perdendo a primeira imunização contra três doenças letais, segundo divulgação da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira (18/7).
Um total de 12,9 milhões de crianças não foram vacinadas no último ano, diz a OMS em um relatório conjunto com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Essas crianças perderam a primeira dose da vacina tríplice contra difteria, coqueluche e tétano (DTP).
Outras 6,6 milhões que receberam a primeira dose da DTP não completaram sua imunização ao longo do último ano.
Desde 1980, a agência da ONU para a saúde rastreia a porcentagem de crianças que recebem a vacina DTP.
"Desde 2010, a porcentagem de crianças que cumpriram o calendário de imunização rotineira está parada em 86%", diz o documento da OMS.
Esse número é muito abaixo da meta de 90% da agência.
"Essas crianças provavelmente também não receberam nenhum dos outros serviços básicos de saúde" diz o responsável por imunização da OMS, Jean-Marie Okwo-Bele.
"Se queremos elevar o nível em cobertura de imunização global, os serviços de saúde devem alcançar os inalcançados", acrescentou.
Apenas 130 dos 194 Estados-membros da OMS alcançaram a meta de 90%, e as piores coberturas foram registradas em países atingidos por conflitos.
Em 2016, oito países tiveram uma cobertura abaixo de 50% para todas as três doses da vacina DTP, incluindo a República Centro-Africana, Chade, Guiné Equatorial, Nigéria, Somália, Sudão do Sul, Síria e Ucrânia.
Dessa lista, apenas a Guiné Equatorial não sofre com algum tipo de conflito ativo, apesar de seu governo ser muito criticado por grupos de Direitos Humanos por vários tipos de abusos.
A OMS estima que a vacinação previne entre dois e três milhões de mortes a cada ano.