O Ministério da Saúde estuda reduzir as compras de medicamentos baseado em um critério de preço, segundo a indústria farmacêutica.
A iniciativa busca cortar gastos e já foi compartilhada com empresas do setor para o caso de artrite reumatoide.
Em reuniões com a indústria, o titular da pasta, Ricardo Barros (PP-PR), disse que deixaria de comprar 6 dos 8 fármacos biológicos listados no protocolo de tratamento publicado pelo Ministério.
A Interfarma (que representa as farmacêuticas) enviou um ofício ao ministro na última quarta (12) contra a ideia.
O tratamento da artrite reumatoide é similar ao uso de antibióticos, em que alguns produtos não fazem efeito, diz Georges Christopoulos, presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
"É uma doença que provoca muita dor e absenteísmo. Tecnicamente, escolher os dois remédios mais baratos e não saber se têm o mesmo mecanismo de ação é absurdo."
"O governo perderia qualquer economia quando, após três meses de tratamento, 30% a 40% das pessoas virem que ele não funcionou", diz Gaetano Crupi, presidente da BMS no Brasil, que fabrica um dos oito fármacos listados.
Os remédios são oferecidos pelo SUS, e quatro deles estão em PDP (processos de transferência de tecnologia).
Em nota, o Ministério da Saúde afirma que "discute com os fornecedores um formato de compra que preserve os interesses das PDPs em curso, sem que isso represente um aumento de custo ao SUS."