O presidente da Associação Brasileira dos Planos de Saúde (Abramge) no Nordeste, Flávio Wanderley, afirmou que os brasileiros frequentam mais consultórios médicos do que o necessária, de acordo com padrões estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O que parece um ponto positivo representa prejuízo para as empresas operadoras de saúde.
“A OMS diz que o indivíduo adulto vai em média quatro vezes ao ano ao médico. No nosso país, a gente vai 5,6 vezes. Por outro lado, a OMS observa que a pessoa deve fazer cerca de 8,3 exames complementares ao ano. A gente faz 13,6, e o mais cruel é que 20% desses exames realizados não são resgatados nos laboratórios, ou seja, são desperdício”, explicou.
Os dados são muito relevantes, principalmente atrelados ao contexto de crise econômica observado atualmente no país. Uma das consequências é a redução de beneficiários.
“Só para dar um dado estatístico interessante, em 2000, quando a Agência Nacional de Saúde (ANS) foi criada, nós tínhamos 5 mil empresas de plano de saúde. Atualmente nós temos 930 empresas, das quais apenas 810 contêm usuários em suas carteiras de assistência. Isso é um reflexo, por um lado, da profissionalização do sistema, por outro lado, das dificuldades operacionais da empresa, sanções e exigências do ponto de vista da agência reguladora”, pontuou Wanderley.
O presidente da Abramge ainda ressaltou as diferenças financeiras entre a saúde pública e privada, além de explicar o que seriam os planos de saúde acessíveis, em discussão no Ministério da Saúde.