O Banco Mundial (BM) anunciou, nesta quarta-feira (28), que arrecadou 500 milhões de dólares nos mercados para financiar seu fundo de combate a pandemias, criado após a epidemia de ebola no oeste da África, em 2013.
"Nós estamos superando o ciclo de pânico e negligência que marcou nosso comportamento em casos de pandemia", disse o presidente da instituição Jim Yong Kim, em comunicado.
O mecanismo de financiamento consiste da emissão de títulos pelo BM que funcionem como uma apólice de seguros: os investidores têm rendimentos elevados, mas correm o risco de perder todos os investimentos caso haja uma nova pandemia.
Se isso acontecer, todo o valor arrecadado integraria o Fundo de Financiamento de Emergência contra Pandemias (PEF, em inglês), que vai dar financiar sistemas de saúde pública de países em desenvolvimento. O PEF cobre os vírus mais prováveis de causar uma pandemia - influenza A, SARS, MERS, ebola, vírus de Marburg - e outros como Crimean Congo, febre do Vale de Rift e febre de Lassa.
Outro objetivo desse fundo é diminuir a lentidão da mobilização de ajuda internacional. Essa demora foi particularmente grave na epidemia do ebola, que deixou 11,3 mil mortos entre 2013 e 2016.
De acordo com o BM, pela primeira vez o custo do risco de uma pandemia em países pobres será transferido para o mercado financeiro. Os bônus seduziram os investidores e, segundo o BM, a demanda foi duas vezes maior que a oferta.