A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) disponibiliza em seu portal o Prisma Econômico-Financeiro, com dados consolidados de 2016. A receita seguiu em expansão, apesar da redução do número de beneficiários verificada nos últimos dois anos e do cenário macroeconômico adverso. Em 2016, o setor fechou o 4º trimestre com um total de R$ 161,38 bilhões em contraprestações efetivas (faturamento com operação de planos de saúde). O número representa um crescimento nominal de 12,67% em relação a 2015.
Por outro lado, as despesas com pagamentos de serviços de assistência à saúde dos beneficiários de planos de saúde tiveram variação maior que a das contraprestações: aumento nominal de 14,13% em relação a 2015, totalizando R$ 137,05 bilhões.
Diante disso, os indicadores de sinistralidade e de variação de custos apresentaram piora no período. “A cada R$ 100 pagos de mensalidade, cerca de R$ 85 são destinados ao pagamento da assistência à saúde - clínicas, hospitais, laboratórios”, destacou Leandro Fonseca, diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS. Lembrando que a variação de custos médico-hospitalares decorre principalmente da inflação médica, incorporação de novas tecnologias e da frequência de utilização dos planos, ele ainda destacou: “Diante da perspectiva de aumento de custos na saúde com o envelhecimento populacional, será preciso discutir a sustentabilidade do setor de saúde com a mesma profundidade que se discute hoje em dia a reforma da previdência".
Ainda segundo a publicação, pode-se depreender que houve uma melhora no resultado financeiro do setor, o que contribuiu para reverter resultados operacionais negativos e levar a uma margem de lucro líquida positiva para o setor. De fato, a robustez financeira e solvência do setor pode ser atestada pelos ativos garantidores das provisões técnicas que registraram, no último trimestre de 2016, quase R$ 24 bilhões - crescimento nominal de 16,74%, no comparativo com 2015.
Por fim, analisando-se somente o segmento médico-hospitalar, o mesmo apresentou contraprestações efetivas de R$ 158,34 bilhões e despesas assistenciais de R$ 135,57 bilhões. Já o segmento exclusivamente odontológico totalizou, em contraprestações efetivas, o valor de R$ 3,04 bilhões enquanto que a soma das despesas assistenciais chegou a R$ 1,48 bilhão.