A cirurgia bariátrica pode ser realizada de três maneiras: pela técnica convencional, que é chamada de aberta, a via laparoscópica e mais recentemente por via robótica. Segundo alguns entusiastas da técnica robótica existem vantagens da mesma sobre as outras técnicas.
Para debater a utilização deste método na cirurgia bariátrica, no último dia 19 de maio, dentro do Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva, em Búzios, uma mesa redonda debateu sobre “Cirurgia Bariátrica e Robótica”. O evento contou com a participação de vários palestrantes membros da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Laparoscópica (Sobracil) , entre eles, Dr. Alexandre Amado Elias (SP), Dr. Fábio Viegas (RJ), Dr. José Luiz de Souza Varela (RJ) e Dr. Carlos Eduardo Domene (SP), com coordenação do Dr. Luiz Alfredo de Almeida.
Segundo o Dr. Alexandre Amado Elias, a cirurgia robótica ainda está em desenvolvimento mas já é amplamente difundida no Brasil. Segundo ele, atualmente existem 30 robôs distribuídos no país, com concentração maior na região sudeste.
Ressalta que, “Apesar do investimento ser alto e implicar num aumento de custo para as instituições hospitalares e planos de saúde, os hospitais têm reconhecido que é um benefício fazer a implantação desse sistema”. Dr. Elias ainda ressaltou que a cirurgia robótica melhora a qualidade e a performance do cirurgião, unindo as vantagens de uma visão em terceira dimensão. Segundo o mesmo, essa integração tecnológica e de movimentos refinam o nosso trabalho”, concluiu.
O cirurgião Dr. Fábio Viegas, falou sobre “A sistematização da gastrectomia vertical robótica” e informou que apesar de não ser uma realidade para todos os cirurgiões é o inicio de uma nova realidade. Segundo o mesmo ” É certo que a robótica veio para ficar, o método vai popularizar com o passar do tempo”. Segundo Dr. Viegas, integrar as novas tecnologias é o grande desafio de todos, das fontes pagadoras, dos hospitais e dos médicos, que precisam investir sempre em treinamento e estudos. Acrescentou ainda que transformar tudo isso em benefício do paciente é o sonho de todos e hoje se sente muito motivado de incorporar esse avanço no seu dia a dia da cirurgia. Inegavelmente, o maior beneficiário será o nosso paciente”, finalizou.
A sistematização técnica da cirurgia de Bypass gástrico robótico foi o tema da palestra do Dr. José Luís de Souza Varela. Segundo ele, o mais importante aspecto técnico é fazer uma cirurgia melhor quando comparada à videolaparoscopia.
Segundo Dr Varela, ” O acesso robótico à cavidade abdominal facilita a técnica, principalmente em pacientes super super obesos, nas reoperações e nas cirurgias tecnicamente mais difíceis”, finaliza. Acrescenta ainda que, ” já está provado que o resultado do uso da robótica nos pacientes com potencial de complicação é melhor, o robô ajuda na estabilização da imagem, na iluminação, na realização de uma melhor técnica de sutura e nos movimentos delicados em locais restritos”.
Ele ressalta ainda que todos esses fatores possibilitam uma cirurgia com menor trauma no tecido, evitando com isso as complicações. Concorda Dr. Varela, ” realmente quando se usa o robô nossa performance cirúrgica melhora em segurança, beneficiando com isso a vida do paciente”, enfatiza.
O último palestrante da mesa foi o Dr. Carlos Eduardo Domene, ex-presidente da SOBRACIL. O mesmo falou sobre as vantagens da implantação de um serviço de cirurgia robótica no hospital. Segundo Dr. Domene, “não basta apenas comprar um robô, é muito importante que a diretoria do hospital, engenharia, enfermagem, centro cirúrgico, marketing e a área financeira trabalhem em conjunto na criação de um plano de negócios”, finaliza.