'Só vale a pena fazer aquisição se for para criar uma rede hospitalar’
25/05/2017
Passado o pior momento para os hospitais privados, Francisco Balestrin, presidente do conselho de administração da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), espera por uma recuperação do setor entre este ano e em 2018, embora a atual crise política, com a delação dos donos do JBS, esteja gerando novas incertezas sobre os rumos da economia do País. “Nosso setor tem uma característica única: infelizmente as pessoas ficam doentes”, diz. Segundo Balestrin, há investidores olhando o setor, mas só faz sentido comprar hospitais que possam virar redes.

O pior da crise já passou para o setor?
Desde o ano passado estamos em um movimento de recuperação. O pior momento foi em 2015. O nosso setor tem uma característica que é a demanda inelástica. Infelizmente, as pessoas ficam doentes. A despesa com saúde no Brasil representa de 9% a 10% do PIB, quase o mesmo que na Europa. Nos EUA, contudo, chega a 17% do PIB.

Mas o desemprego continua alto…
A crise faz com que pessoas sejam demitidas. No entanto, os mais jovens estão entre os mais demitidos e os idosos utilizam mais o sistema. As operadoras de saúde são a maior geradora de receita. Em 2016, a receita bruta cresceu 24,6%, para R$ 28,3 bilhões. Contudo, tivemos aumento de R$ 250 milhões só em custos financeiros, o que é péssimo, pois, se a crise continuar, os juros não baixam e os hospitais serão estrangulados pelo custo de capital de giro e recursos para investimento.

Quais são os desafios?
Os grupos hospitalares precisam rever os fluxos internos para melhorar a eficiência e buscar sinergia.

Tivemos um boom de investidores, sobretudo, de fundos de investimentos e grupos estratégicos, fechando negócios recentemente. Esse movimento vai continuar?
Houve um movimento de aquisição, após a mudança da medida provisória, em 2015 que aprovou a entrada de capital estrangeiro no setor. No entanto, agora, as aquisições de ativos só farão sentido se forem para criar uma rede de hospitais para ter escala.
Fonte: Ana HP




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