Vigilantes do Peso tenta rejuvenescer com internet
24/05/2017 - por Robson Sales
O método de emagrecimento é o mesmo desde que o Vigilantes do Peso chegou ao Brasil, em 1975: reuniões semanais em
um auditório para trocar experiências e a contagem de calorias ingeridas no dia, a chamada dieta dos pontos. O problema é que a média de idade dos associados é alta, entre 40 e 65 anos, e agora o desafio é rejuvenescer essa carteira de clientes.
A companhia, que tem sede nos Estados Unidos lá se chama Weight Watchers e tem a apresentadora de TV Oprah Winfrey como sócia, aposta nos serviços digitais para atingir esse objetivo. Investiu R$ 5 milhões na reformulação completa do site e planeja lançar seu programa online ainda em 2017. Um serviço semelhante foi iniciado no mercado americano em dezembro de 2014 e oferece conteúdo educativo, suporte para emagrecimento à distância e planos de gerenciamento de peso. Entre 2015 e 2016, a receita para esse tipo de serviço ficou estável nos Estados Unidos.
Com ajuda da ferramenta digital, Rodrigo Strickland Faro, CEO do Vigilantes do Peso, prevê um crescimento de 10% a 15% no faturamento deste ano, sobre 2016. "A reunião continua sendo o carrochefe da empresa, mas o digital pode deslanchar como a maior área de crescimento", disse. A principal meta ao entrar no mundo digital é se tornar uma marca conhecida entre os jovens, atingindo um público a partir de 25 anos.
Faro é neto da fundadora do Vigilantes do Peso no Brasil, Ruth Strickland, que trouxe a empresa para o país anos depois de trabalhar como enfermeira durante a Segunda Guerra Mundial. Atualmente, há unidades em 11 Estados e no Distrito Federal. A família tem 20% da operação no país os outros 80% são da Weight Watchers.
Em 2014, segundo o balanço da companhia nos Estados Unidos, a matriz, que já tinha 35% da filial brasileira, gastou US$ 14,2 milhões para comprar mais 45% do negócio. Desde que o acordo foi concluído, já foram investidos cerca R$ 10 milhões, incluindo a reformulação mais recente da plataforma online, reforma de locais de reunião e na estrutura do Vigilantes do Peso.
O faturamento da empresa no país foi de cerca de R$ 25 milhões no ano passado, com aproximadamente 15 mil clientes ativos. "O mercado de emagrecimento no Brasil ainda é muito novo, com baixíssima penetração. As pessoas ainda buscam receitas caseiras, tentam de tudo antes de chegar em uma coisa mais estruturada", disse o executivo. Além das dietas da moda, a empresa concorre com um número crescente de aplicativos na internet e com clínicas especializadas em emagrecimento.
Hoje, 85% do faturamento da companhia vem da mensalidade paga pelos associados, que giram em torno de R$ 130, para acompanhar as reuniões semanais. Os outros 15% são obtidos por meio da venda de produtos. Segundo a empresa, em 2016, houve crescimento de 14% na base de assinantes das reuniões, na comparação com o ano anterior.
Em 2010, quando Faro assumiu a direção da empresa, a companhia passou por uma reformulação administrativa para ampliar o campo de atuação, incluindo outras atividades além das reuniões semanais e avançando nas vendas de produtos. Agora, Faro busca parcerias com outras empresas para estampar a marca Vigilantes do Peso. O objetivo é que em três anos o licenciamento da marca represente até 5% do faturamento da empresa. "A parceria seria com uma marca estabelecida ou uma nova linha de produtos para ter o selo e endosso do Vigilantes do Peso", disse o empresário.
A preocupação com a renovação do negócio é compartilhada pela Weight Watchers. No balanço de 2016, a companhia americana admite que poderá sofrer se não atrair novos clientes no mercado ou se não conseguir expandir com sucesso novos canais de distribuição. O faturamento mundial da Weight Watchers foi de pouco menos de US$ 1,2 bilhão em 2016, o que significou crescimento de 1,4% em relação ao ano anterior. No ano passado, o lucro bruto foi de US$ 585 milhões.
Fonte: Valor




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