Participei recentemente de um evento de Big Data que ocorreu no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) em conjunto com o MIT. Este evento compunha de duas partes, uma com palestras e rodas de conversa e outra de hackathon e ocorreu em 2 dias.
Primeiro, fiquei admirado pelo fato do HIAE ser o primeiro hospital do Brasil a compor uma equipe de Big Data. Apesar de bastante buzz do Big Data que se estende para as mais diversas áreas, o número de iniciativas institucionais estão aquém no Brasil. A entrada de um dos hospitais mais conceituados do Brasil em Big Data só atesta a importância deste tema já demonstrado em literatura não médica e médica, incluindo NEJM e BMJ.
Após as palestras, em que citou desde iniciativas no âmbito público até literatura científica acerca do tema, foi realizado um sorteio para a participação do Hackathon. Tinham 8 vagas, mas graças a 2 abstenções eu fui selecionado por último.
Depois de um excelente almoço (na realidade, todas as refeições estavam excepcionais), 8 intensivistas do HIAE apresentaram algum problema que eles queriam resolver. A base de dados colaborativa MIMIC-III, que é uma iniciativa na qual concentram-se dados de pacientes da UTI, foi utilizada. Esta base se compõe de diversos hospitais incluindo os associados a Harvard Medical School. A partir da ideia deles, os participantes, na maioria com conhecimento em banco de dados ou programação, se dividiam.
A junção de problemas clínicos com os cientistas de dados criou resultados muito interessantes em um final de semana. Um aspecto diferente deste hackathon foi que, enquanto em outros eventos o retorno financeiro tem um peso relevante, um resultado clínico estava esperado neste. Não obstante, os dados gerados podem ser de alto impacto e melhorar o cuidado médico.
Intenso, produtivo e com bastante aprendizado. Apesar de não ter tido tempo de conversar com todos que gostaria, o trabalho em equipe foi bastante interessante. Parabéns para a organização!