IDH do Brasil trava pela primeira vez desde 2004
22/03/2017
Os três representantes designados pela ONU para apresentar o relatório manifestaram preocupação com as reformas da Previdência e trabalhista propostas pelo governo Michel Temer. Disseram ser necessárias, "mas precisam ser justas" e levar em conta a situação das pessoas mais vulneráveis.

No relatório, o PNUD estipulou um IDH de 0,754 para o Brasil, mesma pontuação de 2014, empatado com a ilha caribenha de Granada. O país segue entre aqueles com elevado grau de investimento. Mas ainda está longe de atingir 0,8 ponto, o que lhe conferiria um grau muito elevado de desenvolvimento humano pelos critérios do PNUD. Na América do Sul 0,8 ponto no índice, apenas chilenos e argentinos detém esse status.

O IDH brasileiro é o 5º do subcontinente, atrás de Chile (0,847), Argentina (0,827), Uruguai (0,795) e Venezuela (0,767). Os três primeiros estão à frente do Brasil em todos os indicadores analisados para a formulação do IDH. 
Já a Venezuela tinha em 2015 renda nacional bruta per capita e média de anos de estudo maiores do que as do Brasil, que supera a vizinha em esperança de vida ao nascer e anos esperados de estudo.

Porém, quando o IDH é ajustado à desigualdade, o Brasil perde 19 posições, ficando com um índice 0,561. É o terceiro país que mais perde posições nessa situação, atrás apenas de Irã e Botsuana. Na América do Sul, só três países têm o coeficiente de Gini, que mede desigualdade social e concentração de renda, pior do que o do Brasil: Guiana, Colômbia e Paraguai.

O IDH brasileiro é ligeiramente maior do que o da média da América Latina e Caribe (0,751). Entre os Brics, apenas a Rússia (0,804) tem um IDH maior do que o brasileiro. China (0,738), África do Sul (0,666) e Índia (0,624) estão atrás.

Segundo a ONU, apenas quatro dos 78 países à frente do Brasil no ranking (Andorra, Arábia Saudita, Ilhas Seicheles e Ilhas Maurício) tiveram processo de desenvolvimento humano mais acelerado do que o país entre 2010 e 2015.

Entre 1990 e 2015, o IDH brasileiro cresceu 23,4%, de 0,611 para 0,754. A expectativa de vida no país aumentou nesse período de 65,3 para 74,7 anos. A expectativa de anos de estudo subiu de 12,2 para 15,2 anos e a média de anos de estudo, de 3,8 para 7,8 anos.

As preocupações da ONU com relação às reformas no Brasil ocorrem no contexto do relatório deste ano, intitulado Desenvolvimento Humano para Todos. O documento leva em conta que houve um grande desenvolvimento no mundo nos últimos anos, mas alguns grupos foram "deixados para trás", como indígenas, trabalhadores rurais, pessoas com deficiência, minorias étnicas, pessoas do grupo LGBT, refugiados e mulheres. Para Niky Fabiansic, coordenador Residente do Sistema ONU no Brasil, esses são os grupos "mais vulneráveis que sofrem em maior medida com as crises mundiais".
Fonte: Valor




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