Uma plataforma que tem o objetivo de empoderar mulheres idosas por meio do acesso à tecnologia para prevenir e auxiliar no tratamento de questões relacionadas à depressão e ao isolamento social foi a grande vencedora da primeira edição do Women’s Health Tech Weekend.
O evento aconteceu neste final de semana em São Paulo e reuniu nove diferentes grupos – formado principalmente por mulheres – que criaram soluções tecnológicas específicas para a saúde da mulher. Entre os participantes, sendo cerca de 80% mulheres, estavam empreendedores, web-designers, desenvolvedores de software, amparados por especialistas em user-experience, negócios, inovação, gênero e saúde.
“Revolucionar as soluções tecnológicas relacionadas à saúde da mulher por meio do fortalecimento da diversidade: não queremos nada menos do que isso”, afirmou Carine Roos, idealizadora da iniciativa UP[W]IT (Unlocking the Power of Women in Technology) e uma das idealizadoras do evento.
“Queremos que as mulheres não apenas consumam tecnologia, mas também a produzam”, resumiu.
“A mulher tem um olhar mais amplo quando a gente fala de saúde. E a gente tem que pensar em cuidar em quem cuida das pessoas”, lembrou Andréa Soares, também idealizadora do evento e idealizadora da Crossing Connection Health, que atua na saúde para doenças raras.
O evento teve o patrocínio da Elo, HPE, Microsoft e Atento.
Além do hackathon, o evento contou com um ciclo de palestras relacionadas à saúde da mulher para auxiliar os participantes em seus projetos. Foram seis momentos, divididos entre talks e uma mesa de debate, que trataram questões como envelhecimento, maternidade e transexualidade. Também foi bastante discutida a necessidade de se colocar o paciente no centro das atenções durante o desenvolvimento de produtos e serviços tecnológicos.
Os vencedores
A plataforma EmpoderaMarta, para auxiliar mulheres idosas a dominar tecnologias básicas, foi criada por um grupo de seis pessoas, sendo cinco mulheres e um homem. Uma dessas mulheres foi a própria Marta, mãe de uma participante do grupo e que serviu de exemplo sobre a importância para a saúde destas mulheres conhecer ferramentas básicas para o acesso à tecnologia.
“Muitas soluções hoje têm o objetivo de empoderar mulheres, mas não se pensa nas mulheres idosas. Queremos que estas mulheres não se sintam dependentes de ninguém. Muitas mulheres se sentem excluídas, e isso pode levar à depressão e ao isolamento”, disse Jaqueline Venturim, que ao lado da amiga Amanda Paiva está no quarto ano do curso de sistemas de informação da FIAP, em São Paulo e venceu uma Hackathon pela segunda vez.
O grupo Transaúde foi o segundo colocado na competição, apresentando uma plataforma digital para médicos com informações, vídeos, artigos e leis, contribuindo para formação do profissional e melhor atendimento aos pacientes transgêneros. Além disso, o projeto conta com uma base informativa para os transgêneros, auxiliando em sua trajetória de vida.
O terceiro colocado foi o Collabe Care, que visa o atendimento na gravidez por meio da web com histórico da gestação, e a possibilidade de o médico fazer acompanhamento da gestação por um website.
O júri foi formado por seis mulheres ligadas aos segmentos de tecnologia e saúde: Claudia Scarpim, diretora executiva de relações institucionais da Abimed; Fabiane Leite, produtora sênior de reportagem do programa Bem Estar, da TV Globo; Lisiane Lemos, executiva da Microsoft, Márcia Golfieri, Ecossystem developer no IBM THINKlab; Thaís Manarini, editora da Revista Saúde; e Thaís Piffer, coordenadora da Tech Sampa.
O Women’s Health Tech Weekend foi organizado também por Pedro Muszkat, que possui atuação internacional no Centro de Empreendedorismo de Tel Aviv – Israel, e atualmente coordena o Merkaz, Centro de Empreendedorismo em São Paulo associado ao Clube Hebraica; e Fernando Tomé, fundador da Comnaction, que realiza eventos de empreendedorismo, tecnologia e inovação como Circuito Startup, hackathons, PaulistaHack, Baanko Challenge Sampa, São Paulo Tech Week, entre outros.