O número de mulheres da população brasileira é de 104,4 milhões, de acordo com o IBGE. Desse total, 25,6 milhões são beneficiárias de planos de saúde. A maioria está concentrada na região Sudeste, 15,8 milhões. E em todo país, o maior número de beneficiárias tem entre 20 e 50 anos. Família, trabalho, dupla jornada e baixa remuneração fazem parte do universo de muitas mulheres, mas nem por isso elas abrem mão dos cuidados com a própria saúde.
De acordo com o Vigitel Brasil 2015 - estudo realizado pelo Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as mulheres fumam menos que os homens. Entre os beneficiários de planos de saúde, consultados na pesquisa, 7,2% se declararam fumantes. Proporcionalmente, as mulheres ficaram abaixo da média brasileira, com 5,4%. O que representa uma redução de 52,6% do tabagismo entre as usuárias da saúde suplementar, de 2008 a 2015.
O levantamento revelou ainda que o consumo abusivo de álcool foi registrado entre 16,7% dos entrevistados, sendo maior entre homens (24,3%) do que entre as mulheres (10,7%). O consumo abusivo de bebidas alcoólicas corresponde à ingestão de quatro ou mais doses, para mulheres, ou cinco ou mais doses, para homens, em uma mesma ocasião dentro dos últimos 30 dias. O Vigitel também perguntou aos entrevistados sobre direção e álcool. Em 2015, 6,8% pessoas declararam que dirigem após consumir bebidas alcóolicas. Os homens são mais assíduos: 11,7% dos entrevistados contra apenas 3% das mulheres.
Alimentos saudáveis estão, cada vez mais, fazendo parte do cardápio feminino, segundo o estudo. O Vigitel indica aumento do consumo recomendado de frutas e hortaliças entre os entrevistados que possuem plano de saúde. Em 2015, o levantamento mostrou que 32,9% das pessoas que participaram da pesquisa declararam consumir cinco ou mais porções diárias de frutas e hortaliças, durante cinco ou mais dias da semana. No primeiro Vigitel envolvendo beneficiários de planos de saúde (2008), esse percentual foi de 27%. O crescimento foi verificado em ambos os sexos, sendo 37,3% para as mulheres e 27,2% para os homens. No ano de 2008, esses percentuais representaram 31,5% e 21,5%, respectivamente.
Prevenção – A pesquisa Vigitel 2015 também avaliou a frequência de realização de alguns exames diagnósticos. Para a mulher, um dos principais é o de prevenção de câncer de mama, a mamografia. Esse procedimento deve ser realizado pelo menos uma vez a cada dois anos por mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos, conforme recomendação do Ministério da Saúde. De acordo com o Vigitel 2015 sobre a saúde suplementar, 88,3% das beneficiárias de planos de saúde entrevistadas afirmaram ter feito o exame dentro do padrão recomendado. Segundo dados da ANS, em 2015, foram realizadas mais de cinco milhões de mamografias, um aumento de 2% em relação a 2014.
Outra preocupação da beneficiária de plano de saúde é com o exame para detectar o câncer do colo do útero, realizado entre mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos. De acordo com a pesquisa, 91,9% das entrevistadas afirmaram ter realizado o exame em algum momento da vida e 87,3% disseram ter feito o procedimento nos últimos três anos. Em 2008, os resultados foram 94,4% e 91,7%, respectivamente.
Em 2015, segundo o Vigitel, entre as mulheres beneficiárias de planos de saúde que fizeram exame de detecção precoce de câncer de colo do útero, na faixa de 25 a 64 anos, os maiores percentuais por capital foram: Boa Vista (94,0%), Porto Alegre (93,4%) e Vitória (91,5%). Os menores foram encontrados em Teresina (75,3%), João Pessoa (76,3%) e Maceió (76,4%). Com relação às internações para tratamento cirúrgico de câncer de colo de útero, os dados da ANS revelam que em 2015 houve queda de 5% na comparação com o ano anterior no número de internações com esta finalidade.
Parto – Em 2015, na saúde suplementar, o número de partos normais aumentou 12% com relação ao ano anterior. Apesar dos planos de saúde ainda apresentarem uma taxa alta de cesáreas, 85%, este aumento demonstra o esforço da Agência e do setor em mudar este cenário.
“Os números demonstram que as mulheres estão mais atentas à prevenção de doenças e que o setor de saúde suplementar está engajado em realizar ações de promoção a hábitos saudáveis. As mulheres sempre foram mais precavidas e isso é positivo, uma vez que, elas são formadoras de opinião junto à família e a sociedade”, declarou Solange Beatriz Palheiro Mendes, presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde).