Edson Bueno, fundador da Amil, morreu em Búzios no Rio de Janeiro esta manhã. O empresário faleceu devido a um infarto fulminante.
A Amil, criada a partir da experiência em uma modesta empresa gestora de hospitais na Baixada Fluminense parecia que era a vida de Bueno. Em 2012, Bueno vendeu a empresa para a americana United Health, por US$ 4,9 bilhões.
“Percebi que vender uma fatia só não iria resultar no grande salto de tecnologia que essa associação vai representar para a Amil . Eu tenho 69 anos. Preciso me assegurar de que a empresa vai continuar sem mim”, resumiu o empresário em entrevista ao Valor em 2012. Na época, afirmou ter optado por abrir mão do controle para ter uma fatia menor de um negócio algumas vezes maior. O empresário tinha 73 anos.
Em ranking da revista Forbes, Bueno ocupava a 22ª posição entre os brasileiros mais ricos.
O fundador da Amil nasceu na cidade de Guarantã, no interior de São Paulo. Chegou a vender frutas de porta em porta. Mas a renda não era suficiente. Assim, aos 10 anos, tornou-se engraxate para ajudar a família.
A inspiração para se tornar médico foi o doutor Moacyr Carneiro, então o único médico de Guarantã e que atendia pessoas de graça. Mudou-se para o Rio de Janeiro para fazer o curso de Medicina, na UFRJ. Ainda estudante, conseguiu emprego na Casa de Saúde São José, localizada em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Com tino para os negócios, trabalhou até se tornar sócio do hospital.
O interesse por crescer nos negócios de saúde fez com que, em 1971, antes de se formar como cirurgião-geral, Edson já fosse dono desse hospital. Em 1976, ao lado de um grupo de jovens médicos, criou a Rede Esho (Empresa de Serviços Hospitalares) para administrar três hospitais.
Em 1978, Edson e seus companheiros fundaram a Amil Assistência Médica Internacional.
O interesse de fazer o negócio expandir internacionalmente foi concretizado em 2012, com a venda do controle da Amil para a americana UnitedHealth Group – um dos maiores grupos de saúde do mundo. Nessa operação, Edson Bueno tornou-se o principal acionista individual da companhia e membro do seu Conselho de Administração.
Atualmente, além de desempenhar a função de chairman do UnitedHealth Group para a América Latina, era vice-presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) e presidente do Conselho Diretor do Instituto de Estudos em Saúde Suplementar (IESS) – plataformas nas quais trabalhava para aperfeiçoar o sistema de saúde brasileiro.