Abramge processa nos EUA 5 empresas de produtos médicos
Acusação é de pagamento de suborno a médicos e hospitais para utilização indevida de próteses
15/02/2017

Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) está processando, nos Estados Unidos, oito fabricantes de produtos médicos sob o argumento que pagavam propina a médicos e hospitais no Brasil para usar seus produtos.

A matéria publicada no Jornal Folha de S.Paulo informa que a associação ingressou com ações civis nos estados de Nova York, Minnesota, Dallas, Ohio e Delaware pedindo reparação de danos e indenização às empresas Boston Scientific, Arthrex, Zimmer Biomet Holdings, Abbott, Biotronik, Orthofix, Stryker Corporation e St Jude Medical. Na ação, a Abrange afirma que as subsidiárias e distribuidores dessas empresas pagaram propinas a médicos e a hospitais, com a intenção de influenciá-los a usar seus dispositivos em detrimento de outros mais baratos ou mais adequados. As empresas negam as acusações, dizem que estão comprometidas com a ética e que se defenderão nos tribunais.

"Temos provas robustas, dossiês do Brasil todo. São dois anos de investigação e mais de 3.000 documentos", afirma Pedro Ramos, diretor da Abramge. Segundo ele, as ações reúnem, por exemplo, notas fiscais de um distribuidor em que o preço de um mesmo produto variou de R$ 100 mil a R$ 300 mil. A estimativa é que o prejuízo causado aos planos ultrapasse US$ 100 milhões.

Conhecida como "máfia das próteses", a prática é também é investigada pela Polícia Federal há dois anos. Ao menos 40 pessoas já foram detidas. A fraude traz prejuízos aos planos e ao SUS, que pagam por produtos superfaturados e também aos consumidores, tanto financeiramente como em termos de saúde, pois há casos de cirurgias foram realizadas sem necessidade ou sabotadas para que pacientes fossem reoperados para gerar mais lucro aos criminosos.

Em razão das fraudes, a variação de preços de um mesmo produto no país chega a mais de 3.000%, revelou estudo da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Fonte: CNSEG




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