Antes tratado como resíduo hospitalar, a placenta passou a ter outro destino em algumas maternidades. Essa mudança de procedimento só aconteceu porque algumas mulheres começaram a pedir para levar a placenta para casa.
“Percebemos que era preciso fazer alguma coisa quando uma funcionária foi limpar o frigobar de um quarto e encontrou uma placenta lá dentro”, diz Marcia Maria da Costa, diretora da maternidade do hospital São Luiz. “Nos organizamos para não haver mais esse tipo de situação.”
Segundo ela, o hospital percebeu que essa prática podia estar acontecendo sem que a direção soubesse.
“Temos médicos da nossa equipe e externos. Não sabemos o que o médico externo combina com a paciente. Criamos então um procedimento para permitir que a placenta ficasse com a mulher, mas em condições adequadas”, afirma Marcia.
As gestantes que dão à luz no hospital podem, desde 2015, pedir para ficar com a placenta. Lá, a placenta é colocada em um saco plástico, identificada e armazenada em uma sala refrigerada. Quando tem alta, a mulher pode levar a placenta para casa.
Mas não é todo hospital que adota esse procedimento. No Santa Joana, a paciente é informada que seu acompanhante deve levar a placenta para casa no mesmo dia do parto.
“O hospital não se responsabiliza pelo armazenamento das placentas durante o período de internação da paciente”, informa o hospital.
Já as maternidades da rede estadual não oferecem às gestantes a possibilidade de ficar com a placenta.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, as placentas são descartadas como resíduo hospitalar e mais tarde incineradas. Tanto o descarte como a proibição de levar o órgão para casa estão previstos em resoluções da Anvisa, informa a secretaria.
PRINT
O São Luiz ainda não permite que as mães coloquem como enfeite de porta o ‘print’ da placenta, cuja imagem acaba se parecendo com a de uma árvore.
“A imagem é feita com o sangue da placenta. É um material biológico, pode contaminar”, afirma Marcia.
Fonte: Blog Maternar
Data: 06/02/2017