Gestão de pessoas em organizações de saúde
05/01/2017

Historicamente a gestão de pessoas passou por significativas mudanças no decorrer dos anos. Suas atividades, que até então se baseavam em rotinas burocrático-administrativas, começaram a ser vistas com “outro olhar”, passando a serem considerados outros fatores humanísticos, que vão muito além do cumprimento eficaz e eficiente das tarefas, como por exemplo, o ambiente e condições de trabalho, o relacionamento entre as pessoas, a qualidade de vida dos colaboradores, a qualidade da produção, a liderança e a comunicação, entre vários outros fatores.

Devido a isto, observou-se que as atividades da gestão de pessoas passaram por um processo de reformulação, para poder atender àquela nova demanda em ascensão. Com isso, os processos precisaram ser integrados, estando as ações de recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento, remuneração e benefícios, entre outras, intrinsecamente relacionadas. Os processos deixaram de ser executados por meio de ações isoladas e passaram a buscar atender as necessidades dos negócios, em alinhamento com a missão, visão e valores das organizações.

Mesmo assim, as organizações muitas vezes deixam a desejar em questões importantes para o fortalecimento dos resultados individuais das pessoas e consequentemente organizacionais. Nas organizações de saúde esta realidade não é nada diferente. A inabilidade dos gestores e a falta de competências conceituais, técnicas e humanas, corroboram para este processo retardatário no qual a gestão de pessoas ainda se encontra, na maioria das organizações, principalmente nas do setor saúde.

As evidências científicas sobre o assunto são extremamente claras e incisivas: a gestão de pessoas precisa ser estratégica, tendo suas ações organizadas de maneira que possam satisfazer as necessidades dos negócios e propiciar o equilíbrio necessário para um ciclo contínuo e renovável de melhoria do desempenho individual dos colaboradores e consequentemente das organizações.

Os gestores de pessoas têm papel fundamental neste processo, pois são eles os responsáveis pela missão de disseminar a cultura e a prática estratégica da gestão de pessoas, deixando para trás as rotinas operacionais das quais a área está atualmente habituada, impulsionando-a para o patamar desejado: a gestão estratégica de pessoas.

Assim, algumas atitudes passam a ser imprescindíveis para estes profissionais, tais como estar aberto para novas tecnologias administrativas; agir como agente de mudanças; reconhecer as pessoas como parceiras das organizações; e basear-se em comportamentos éticos e socialmente responsáveis. Além disso, precisam atuar em caráter multidisciplinar, com flexibilidade e sensibilidade às mudanças que estão ocorrendo no mercado de trabalho, principalmente as relacionadas ao comportamento humano. Por isto, torna-se importante o estreitamento do diálogo com outros profissionais, buscando interações que possibilitem o aprendizado interdisciplinar, dando consequentemente um importante salto qualitativo em suas práticas profissionais.

Todavia, mais do que serem bons gestores de pessoas, está o desafio de capacitar as demais lideranças dos estabelecimentos de saúde para também atuarem como gestores de pessoas, para que sejam capazes de lidar com o manejo eficiente e eficaz de seus subordinados, amenizando os entraves cotidianos e colaborando, desta maneira, para a formação de equipes de elevado desempenho, com o objetivo de gerar resultados favoráveis à organização.

Entretanto, não tem valia alguma uma gestão de pessoas extremamente articulada e com diferenciado potencial de inovação, se o principal gestor do estabelecimento de saúde, aquele que está no topo da hierarquia, também não possuir perfil e competência para o comando em primeira linha dessas organizações. O gestor principal tem obrigação de ser suficientemente capacitado e ter nível de formação e experiência adequada ao cargo que ocupa e responsabilidades que possui. Vale ressaltar que a formação não precisa ser obrigatoriamente em medicina. É preciso quebrar este paradigma de que estabelecimentos de saúde têm que ser comandados por médicos, pois existem inúmeros outros profissionais da área administrativa, entre outras, que estão extremamente preparados para tal.

A atuação conjunta da gestão de pessoas e da direção geral das organizações de saúde deve visar incorporar bons profissionais ao quadro pessoal da empresa, alocando cada um deles em setores específicos no qual tenham capacitação e competência para atuar. Políticas bem estruturadas de remuneração, benefícios e carreira, entre outras, são estratégias essenciais para atração e retenção destes profissionais que lidam com a manutenção da vida de terceiros diuturnamente. A gestão do conhecimento, por meio de ações de treinamento, desenvolvimento e educação corporativa também é uma forte estratégia, que gera diferencial competitivo e resultados positivos.

A gestão de pessoas em organizações de saúde é extremamente importante, precisando ela trabalhar em conjunto com a direção geral deste tipo de estabelecimento, caminhando lado a lado. Somente assim ocorrerá a gestão estratégica de pessoas em saúde e a transformação dos conceitos teóricos existentes em práticas cotidianas satisfatórias.

Fonte: Abramge




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