Saúde Suplementar: problemas e saídas
29/11/2016

O 2º Fórum de Saúde Suplementar, realizado no Hotel Sofitel, em Copacabana, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira, 23, promoveu uma profunda discussão sobre o atual momento do setor e as perspectivas futuras. Com o tema “As escolhas necessárias para o futuro”, os participantes apresentaram propostas e reflexões de decisões que devem ser feitas por todos, tendo em vista a continuidade do setor.

titleNa avaliação da presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Solange Beatriz Palheiro Mendes, os caminhos e alternativas do setor devem envolver toda a sociedade. “Estamos em um momento econômico e social que aguça ainda mais a reflexão das escolhas que queremos e o que devemos fazer com as alternativas existentes e os recursos disponíveis. Os custos são crescentes e a capacidade de pagamento de pessoas e empresas, limitada. Se não fizermos as escolhas adequadas agora, poucos conseguirão usufruir deste modelo”, alerta.

O presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), José Carlos de Souza Abrahão, reitera que os beneficiários, os provedores, as prestadoras e o governo devem se unir para a sobrevivência do sistema. “Precisamos agir enquanto ainda dá tempo. Temos que ter o compromisso de adotar mudanças e construir uma agenda positiva para a sobrevivência deste setor”, afirma.

A solução também passa por uma alternativa de união de esforços. Flávio Carneiro Guedes Alcoforado, subsecretário municipal de saúde, lembra que é necessário desenvolver um sistema de saúde com um todo. “As escolhas devem ser feitas, o sistema deve pensar em conjunto para que haja uma solução única”.

O presidente CNseg, Marcio Coriolano, afirma que o diagnóstico para as soluções do setor existe, porém há uma dificuldade em avançar nas medidas propostas. “O sistema é disfuncional, não consegue exercer as funções da forma que foi criado. Temos empecilhos como a universalidade e integralidade de coberturas, além do aumento vertiginoso de procedimentos incorporados, fazendo que operadoras de pequeno e médio porte não sobrevivam. Somados a um custo da medicina privada incompatível com a capacidade de pagamento de empresas, indivíduos e famílias. Temos que rever, urgentemente, a política, o modelo e a forma de financiamento do sistema”, explica.

A situação econômica atual também foi amplamente discutida durante o 2º Fórum de Saúde Suplementar. Em sua palestra sobre os desafios a curto médio e longo prazos e as perspectivas para o investimento, Octavio de Barros, economista-chefe do Banco Bradesco, apresentou como o cenário macroeconômico afeta as decisões das famílias. Diante dos mais de seis milhões de desempregados desde 2016, o economista alerta que o desemprego vem atingindo duramente os jovens e, com isso, afeta diretamente o setor de Saúde Suplementar. “A aprovação das reformas trabalhista e previdenciária e a definição do teto de gastos são fundamentais para recuperar a confiança e a economia do País”.

No painel sobre Saúde e Desenvolvimento, Marcos Bosi Ferraz, professor adjunto da disciplina de economia em gestão de saúde do Departamento de Medicina e Escola Paulista de Medicina UNIFESP, afirma que o desafio do sistema é fazer escolhas coletivas, exigindo a reinterpretação do direito do cidadão e a responsabilização com a saúde. “Temos o desafio de transformar escolhas individuais, com políticas públicas e que ainda ofereçam o direito de escolha do indivíduo. Há necessidade urgente de definir políticas públicas, tanto a saúde suplementar quanto para o setor público, para fortalecer o sistema”.

Representando os contratantes de plano de saúde, o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Rio de Janeiro, Paulo Sardinha, afirma que é preciso colocar a previdência e saúde em debate, para que não se tornem um problema sem solução. “São assuntos e decisões que, se não forem discutidos, vão entrar em colapso”, alerta.

O 2º Fórum de Saúde Suplementar continuará a debater outros temas, como o que mudou após as denúncias sobre a má utilização de órteses, próteses e materiais especiais, além da judicialização e as propostas que serão elaboradas pelo setor. As palestras serão retomadas na amanhã desta quinta-feira, dia 24 de novembro.

Fonte: CNSEG




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