No II Congresso Brasileiro de Médicos Hospitalistas, recentemente ocorrido em Curitiba, alguns cases com hospitalistas em organizações brasileiras foram apresentados. Um deles foi o do Hospital de Clínicas Municipal de São Bernando, e chamou-me muita atenção. Carlos Campos gentilmente nos cedeu sua apresentação para exploração de alguns elementos aqui.
O HC já nasceu com participação destaque de clínicos nas enfermarias (MH), além de intensivistas nas UTI’s. É um hospital de porta fechada, não tendo atendimentos de pronto-socorro.
É 100% SUS e está em município com cobertura por Estratégia Saúde da Família de aproximadamente 60%.
Os clínicos dedicados do HC são alocados geograficamente nas unidades de internação. Integram uma grande equipe, liderada, no período da manhã, por dois médicos hospitalistas e uma supervisora de enfermagem. Pela manhã, há ainda um clínico volante. No período da tarde, segue-se a lógica de unidades geográficas, com um médico e uma supervisora de enfermagem por unidade.
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Em média, cada médico fica responsável por 9-10 casos.
No caso de pacientes clínicos, os hospitalistas são os responsáveis pelo cuidado integral da admissão à alta, podendo ocorrer atuações de especialistas de forma vertical – como consultores -, se necessário.
Em formato inicial, havia total quebra de continuidade nos finais de semana. Ficavam apenas médicos plantonistas esporádicos.
Ao observarem os indicadores de altas hospitalares por dia da semana no primeiro semestre de 2015, verificou-se que ocorria uma grande queda no número de altas nos finais de semana. Além disso, havia muitas queixas sobre mudanças inesperadas nas condutas.
Foi feita discussão com equipe de hospitalistas e supervisão de enfermagem, sendo proposto apoio de uma supervisora e dois hospitalistas nos finais de semana para fortalecer continuidade do cuidado. Elevou-se a taxa de altas nos finais de semana para quase 10%, entre outras vantagens como fortalecimento dos planos terapêuticos e adesão a protocolos institucionais.
No caso de pacientes cirúrgicos, os hospitalistas realizam co-manejo com equipe cirúrgica, da admissão a alta, dos casos elegíveis.
A definição de quais pacientes serão selecionados para co-manejo é feita por meio do instrumento de triagem acima, sendo selecionados para os casos mais complexos.
Esse instrumento deve ser aplicado em até 24 horas após a internação do paciente, dividindo pacientes em elegíveis e não elegíveis.
Abaixo, resultado de pesquisa de satisfação relacionada ao atendimento por hospitalistas no HC:
Carlos Campos considera existir alguns desafios, entre eles: