Softwares ganham mercado no exterior
01/11/2016
As vendas das empresas integrantes de projeto de exportação de software e serviços de tecnologia da informação (TI), organizado pela Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), cresceram 40%, entre 2014 e 2015, atingindo R$ 1,9 bilhão. Cerca de 90% das 145 participantes são pequenos e médios negócios. O valor representa 40% do total exportado pelo setor, no Brasil, em 2015, que foi de R$ 4 bilhões. Cinquenta por cento das entregas seguem para os Estados Unidos. 

Em 2016, a expectativa é que o número de companhias que fazem parte da iniciativa suba para 200. "Juntas, deverão ultrapassar os R$ 2 bilhões de exportação, atingindo um share de 50% na pauta exportadora brasileira de software e serviços", diz Diônes Lima, vice-presidente de operações da Softex. Segundo a entidade, a diferença cambial e a crise econômica nacional estimularam os empresários a buscar mais contratos além-fronteiras.

Criado em 2005, o projeto pretende gerar oportunidades de negócios no mercado internacional e a exposição da indústria brasileira. Oferece benefícios como o acesso a informações qualificadas, assessoria comercial, participação em feiras e apoio na obtenção de financiamento. Há, ainda, ajuda para o registro de marcas e na instalação de subsidiárias.

Somente no ano passado, realizou 26 ações de promoção comercial e 526 análises de segmentação de mercado foram feitas, entre 2014 e julho de 2016. Segundo Lima, são investidos, aproximadamente, R$ 10 milhões ao ano, nas iniciativas. Cerca de 70% do montante vêm da Softex e Apex, enquanto o restante sai dos bolsos das empresas.

Entre os nichos de negócios que mais venderam em 2015, Lima destaca os serviços de TI. "Mas, há expansão entre soluções que ajudam na transformação digital das empresas, principalmente no mercado latino-americano." Para 2017, a aposta é no aumento da demanda por ferramentas de inteligência cognitiva, big data, internet das coisas, cloud computing e integração de sistemas.

Nos próximos dois anos, além dos Estados Unidos, que representam 50% dos embarques, países como Colômbia, Chile, Peru, México e Argentina são considerados estratégicos para a engorda dos contratos. "Para exportarem mais, as companhias devem investir na preparação das vendas e no estudo dos mercados", diz Lima. "Precisam saber também como resolver os problemas dos clientes."

A lição é seguida à risca pelo empresário Luis Dosso, diretor de negócios da Dextra, de Campinas (SP). Especializada no desenvolvimento de aplicativos móveis, fechou seu primeiro contrato, com um cliente da Califórnia, logo na primeira feira internacional que participou, em agosto de 2015.

"Sabíamos que o mercado americano estava mais maduro para softwares sob medida e que existia uma demanda não atendida por concorrentes da Índia e do leste europeu", diz Dosso.
Fonte: Valor




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