Após uma reestruturação que levou cerca de dois anos e envolveu fechamento de unidades e integração de aquisições, o grupo de medicina diagnóstica Fleury vai iniciar uma expansão orgânica em 2017 .As novas unidades da bandeira Fleury serão menores e focadas em exames de análises clínicas e ultrassom. Já nos laboratórios com a marca a+, voltados para o público intermediário, a estratégia é abrir novos pontos e também colocar mais equipamentos de ressonância nas unidades já existentes.
"Nosso objetivo é ter unidades em vários bairros para evitar um grande deslocamento do paciente. Muitas vezes ele precisa fazer um exame mais simples e não quer sair do seu bairro", disse Carlos Marinelli, presidente do Fleury. Hoje, o grupo tem 105 unidades no país.
Em paralelo, a empresa dá andamento ao projeto de ter quatro grandes unidades distribuídas nas zonas sul, norte, leste e o oeste de São Paulo. Em meados de 2017, serão inaugurados megalaboratórios no Morumbi e Jardim Anália Franco, na zonas sul e leste, respectivamente.
Questionado sobre os riscos de queda de margem com a abertura de novas unidades, como já ocorreu no passado, Marinelli diz que a companhia tem agora uma equipe focada em expansão que dará atenção especial a aspectos como aluguel e contratação de pessoal. Na expansão anterior, o Fleury teve despesas elevadas porque o tempo entre a contratação de funcionários e o momento em que o novo ponto se tornava operacional era longo. Segundo o presidente, como as unidades de 2017 serão menores, o tempo de maturação será reduzido. Além disso, a contratação de pessoal será feita entre um e dois meses antes da inauguração.
O valor do investimento na ampliação da rede não foi revelado. "Nosso 'capex' recorrente ficará entre R$ 110 e R$ 120 milhões em 2017, além de um adicional para expansão. Teremos uma definição melhor do valor no nosso Investor Day [em dezembro]", disse Adolfo Souza Neto, diretor financeiro e de relações com investidores do Fleury.
O anúncio de abertura de novas unidades do Fleury acontece num momento em que o mercado de medicina diagnóstica está aquecido. A Alliar levantou R$ 760 milhões numa oferta inicial de ações (IPO) e, como está capitalizada, deve reforçar ainda mais sua estratégia de aquisições. Em paralelo, a Dasa, dona da marca Delboni, também está com a casa organizada e vem retomando as compras.
Marinelli afirma que o Fleury continua buscando ativos para aquisição, mas são negócios mais pontuais. "Entre 2002 e 2010, fizemos 26 aquisições. Aprendemos muito nesse processo. Tivemos que fazer ajustes para integrar. Neste momento, nosso interesse é por ativos de qualidade, que acrescentem valor à companhia", diz.
No terceiro trimestre, o lucro líquido do Fleury cresceu 79,4%, para R$ 63 milhões, e a margem Ebitda aumentou 5,1 pontos percentuais, para 25,7%.