Os gastos com expansão e o baixo crescimento do setor de planos de saúde afetaram o resultado do Fleury.
O grupo de medicina diagnóstica encerrou o primeiro trimestre com queda de 32% no lucro líquido, para R$ 21,6 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também caiu 5,4%, ficando em R$ 73,2 milhões, e a margem Ebitda sofreu uma diminuição de 3,4 pontos percentuais, para 18,6%.
"Iniciamos um robusto plano de expansão que está afetando nosso resultado. Por exemplo, contratamos muitos médicos para atender com qualidade o nosso crescimento", disse João Patah, diretor de relações com investidores do Fleury. A companhia encerrou primeiro trimestre com 1,7 mil médicos, ou seja, 300 profissionais a mais em relação a um ano antes.
A linha que demonstra os gastos com pessoal e médicos somou R$ 150 milhões, uma alta de 16,8%. Os custos com aluguéis e serviços gerais, que também fazem parte do processo de expansão da companhia, tiveram aumento de 25,2% para R$ 56,5 milhões no trimestre.
O plano do grupo é aumentar sua área total (considerando todas as unidades) em 18% até o fim do ano que vem. Este ano serão acrescentados 4 mil m2 (1 mil m2 já foram construídos em fevereiro).
A receita líquida do Fleury subiu 12%, para R$ 393,6 milhões entre janeiro e março. Esse crescimento é resultado, principalmente, de ganho de "market share" e não de aumento do mercado. O setor de planos de saúde - principal clientela dos laboratórios - encerrou o ano passado com um crescimento de 2%, a menor taxa de expansão desde 2003. "Já sentimos impacto do setor de planos de saúde. Se não fosse isso, teríamos crescido mais. Nosso aumento de receita veio, principalmente, de ganho de 'market share'", disse Patah.
A base de comparação também é alta - em 2012 a companhia registrou forte crescimento com a abertura de unidades. Além disso, o desempenho foi afetado pelo fato de o primeiro trimestre este ano ter tido três dias úteis a menos.
Patah informou que os reflexos da expansão ainda serão sentidos no segundo trimestre, mas em menor grau. O maior impacto no segundo trimestre virá do acordo coletivo de médicos, cuja negociação acontece entre abril e maio. "Mas acreditamos que no segundo semestre vamos ter melhora de margem", disse o executivo.
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