O Governo de São Paulo anunciou nesta terça-feira (5) que vai iniciar a segunda fase de pesquisa clínica para testar o medicamento fosfoetanolamina sintética no tratamento do câncer. A nova fase de análise do remédio que ficou conhecido como “pílula do câncer” vai começar no dia 10 de outubro no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).
Ao todo, vinte pacientes para cada um dos dez tipo de tumor – cabeça e pescoço, pulmão, mama, cólon e reto (intestino), colo uterino, próstata, melanoma, pâncreas, estômago e fígado – passaram a receber a fosfoetanolamina.
Os voluntários são pacientes do Icesp e passaram por uma triagem antes de serem selecionados. A nova fase terá uma duração estimada de seis meses, sendo que as pessoas serão avaliadas a cada duas semanas nos primeiros dois meses. Passando essa etapa, a avaliação será mensal.
Estudo
Os primeiros testes em humanos da “pílula do câncer” foram iniciados no final de julho. A fase inicial acompanhou dez pacientes para avaliar a segurança da droga. Após dois meses, os especialistas concluíram que o remédio não apresentou toxicidade significativa, viabilizando a sequência do estudo.
De acordo com o oncologista Paulo Hoff, diretor-geral do Icesp, a primeira etapa foi fundamental para “assegurar que não havia risco de eventos adversos graves associados ao uso da substancia”.
Caso o resultado positivo continue sendo registrado na segunda fase de testes, a inclusão de novos pacientes continuará até atingir 1.000 pessoas, sendo 100 para cada tipo de câncer.
A fosfoetanolamina usada nos testes do Icesp foi enviada pela Fundação para o Remédio Popular (Furp), laboratório oficial da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, responsável por encapsular a substância. Já a sintetização da pílula foi feita pelo laboratório PDT Pharma, localizado no município de Cravinhos, no interior paulista.
É a primeira vez que a fosfoetanolamina sintética está sendo testada em humanos. Em uma série de testes encomendados pelo Governo Federal, entretanto, os resultados foram negativos. Um grupo de especialistas chegou até mesmo a sugerir a interrupção das pesquisas relacionadas à “pílula do câncer”, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo.