O que pensam os gestores da saúde?
14/09/2016

Pesquisa traça um panorama dos problemas e oportunidades na visão de executivos do setor
A KPMG no Brasil elaborou uma pesquisa sobre as Oportunidades e Tendências do Setor de Saúde no Brasil com o objetivo de fomentar o debate e gerar informações relevantes para o setor. Participaram cerca de 128 executivos da área da saúde, representando hospitais e clínicas especializadas, empresas de homecare e de diagnósticos, além de operadoras das regiões Nordeste, Sul e Sudeste das áreas pública e privada (com e sem fins lucrativos).

A pesquisa abordou temas como desafios, tendências, oportunidades, utilização de novas tecnologias, barreiras de crescimento e ingresso de capital estrangeiro, entre outros aspectos.

Questionados sobre qual é o maior desafio na gestão da instituição, 42% apontaram a dificuldade no gerenciamento de pessoas (qualificação, capacitação, reconhecimento e retenção). Vinte por cento relacionaram dificuldades de planejamento e comunicação clara com objetivos e metas, enquanto 17% indicaram o gerenciamento de custos como principal dificuldade.
A maior preocupação está relacionada à atual crise econômica, na visão de 47% dos entrevistados, enquanto 28% demonstraram impossibilidade de fazer planos de médio prazo em razão das incertezas do País.

Do total de entrevistados, 86% relataram impactos negativos nos negócios em função da instabilidade na economia, seja pela redução da demanda, seja pelo aumento dos custos. Nove por cento não se sentiram afetados, enquanto apenas 5% afirmaram ter sido impactados de forma positiva.

Ainda em se tratando de crise, 33% dos participantes citaram que houve aumento do prazo médio de recebimento. Porém, outros indicadores negativos foram percebidos, como o aumento no volume de glosas (não pagamento pelos planos de saúde), dificuldades nos processos de recursos de glosas, aumento do volume de exames não autorizados e aumento de inadimplência de pacientes particulares.

No caso da rede pública, a falta de leitos é uma questão central de discussão da qualidade dos serviços prestados à população dependente do SUS. De acordo com os executivos do setor, a saída para aumentar o número de leitos na rede pública não está relacionada à construção de novos hospitais, uma vez que apenas 1% entende que esse seria o melhor caminho. Para 41% dos entrevistados, a solução para a falta de leitos deveria vir da melhoria na gestão das entidades públicas, garantindo mais eficiência na administração dos recursos. Complementando essa afirmação, outros 39% entendem que o aumento das PPPs seria a melhor saída. Há um entendimento de quase 80% dos participantes de que uma melhor gestão dos recursos já disponíveis na saúde poderia contribuir para a redução da falta de leitos na rede pública.

Para 55% dos entrevistados, a criação de PPPs seria a melhor opção para aumentar o acesso à saúde da população mais desassistida e fora dos grandes centros. Já 20% acreditam que o melhor caminho seria por meio da ampliação de programas como o médico da família e 16% entendem que deveria ocorrer aumento no número de unidades básicas de atendimento nas diversas regiões.
Estratégias, expansão e fontes de financiamento
Num cenário de retração de demanda, as instituições estão focando suas ações em políticas que visam melhorar a gestão administrativa e financeira e implementar estratégias para a redução de custos. Esses temas foram reportados por 59% dos entrevistados como as principais estratégias para aumentar a rentabilidade. Outro item de destaque, com 16%, foi a intenção de investimentos em programas de inovação de serviços e produtos. Nas duas perguntas efetuadas relacionadas ao aumento de rentabilidade, os resultados apontaram para a redução de custos e despesas e busca por especialização e capacitação do corpo clínico.

Apesar dos dados captados com relação aos impactos da crise, 91% das instituições possuem intenção de expandir os negócios nos próximos dois anos. A estratégia consiste na abertura de novas unidades para 39% das instituições, 21% em aumento na capacidade de atendimento (número de leitos, atendimentos, etc.) e 20% no aumento do portfólio de produtos. Chama a atenção o interesse pela expansão por meio de fusões e aquisições, reportado por 14% das instituições.

Principais tendências
As políticas públicas de prevenção e a autogestão de saúde têm sido elementos cada vez mais utilizados globalmente para prevenir, identificar e tratar precocemente certas doenças. No Brasil, esse modelo da saúde ainda é pouco utilizado e, de acordo com os dados da pesquisa, o maior impeditivo, com 64% das respostas, é a falta de conhecimento das pessoas nesse tipo de atividade. A falta de tecnologia e de habilidades médicas em atender pacientes que fazem a autogestão de saúde também é obstáculo a esse modelo.

Outro desafio constatado por 36% dos respondentes para os próximos anos foi o envelhecimento da população. Já 69% dos entrevistados entendem que o aumento da longevidade poderá gerar rentabilidade aos negócios, desde que haja inovação e adaptação de produtos a esse novo perfil de paciente.

Em se tratando de oportunidades, 46% dos entrevistados concordam que o big data será um grande aliado na medicina nos próximos anos, enquanto 11% já o utilizam na gestão da instituição. Por outro lado, 40% dos entrevistados ainda desconhecem o big data e seus benefícios.

Fonte: Abramge




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