Ações de tecnologia e saúde são aposta em bolsas globais
24/08/2016
Uma série de ações de novos setores, produtos e tecnologias podem se consolidar como boas opções de investimento nos
próximos anos. Três grandes instituições financeiras internacionais o
banco americano Goldman Sachs, o suíço UBS e o espanhol Santander fizeram projeções sobre as melhores aplicações em ações globais ao redor do mundo. Dentre os destaques estão papéis de empresas dos setores de tecnologia e saúde.

A maior parte dessas ações já é negociada ou virá a ser transacionada nas bolsas de valores americanas, que reúnem uma
ampla oferta de papéis de empresas de diferentes segmentos da economia. No caso da bolsa brasileira, há poucas ações
dos setores de tecnologia e saúde. O Ibovespa tem grande participação de companhias ligadas ao setor de commodities e
ao segmento financeiro.

Na área de tecnologia, o Goldman Sachs aposta nas companhias que investem em negócios envolvendo a moeda virtual
bitcoin. De acordo com os analistas Robert Boroujerdi e Christopher Wolf, em relatório distribuído para clientes, os fundos
de "venture capital" aumentaram os investimentos em empresas de "bitcoins" de US$ 2 milhões em 2012 para US$ 482
milhões no ano passado. Esses fundos fazem investimentos de alto risco. A recomendação dos analistas é apostar em
ações de companhias "startups", que estão desenvolvendo protocolos para a utilização do bitcoin.

Outro setor cujas ações podem se destacar nos próximos anos é o de negócios espaciais. Os analistas do Goldman Sachs
avaliam que deve haver um crescimento na comercialização de satélites nos próximos anos. Além disso, o aumento da
tensão geopolítica pode fazer com que os Estados Unidos aumentem a militarização do espaço aéreo, reinventando uma
indústria que estava estagnada há décadas. "Vai aumentar a demanda por serviços como GPS, internet por satélite e
mapas de precisão", escrevem no relatório.

Uma área com potencial de crescimento nos próximos anos é a das companhias que investem em cursos online. Cerca de
30% dos estudantes de graduação americanos já participaram de Moocs (os cursos abertos online).
Além disso, muitas empresas, como Google, AT&T e Facebook, desenvolvem cursos específicos de formação profissional
para seus funcionários. Os estudantes americanos têm um débito de mais de US$ 1 trilhão em financiamento estudantil
universitário e em uma economia com crescimento mais fraco, muitos podem não conseguir quitar a dívida ou decidir não
cursar a universidade. Cursos online, portanto, podem ser uma alternativa interessante.

Os analistas do banco americano afirmam que a geração nascida a partir de 1998 é a primeira totalmente digital. Essa
geração deve ser a mais influente nas decisões de compras e de investimentos nos próximos anos. As empresas que
desenvolverem produtos destinados a esse público devem ver suas ações valorizadas em bolsa.
Nos próximos anos, o uso do petróleo como combustível deve sofrer alterações e um dos elementos que pode substituílo
é
o lítio. "O lítio pode ser a solução para os carros elétricos e o substituto da gasolina", escrevem os analistas do Goldman
em relatório. As companhias que exploram e comercializam o produto podem ter boa performance financeira.

Na área de saúde, os analistas do Goldman Sachs consideram que o sequenciamento do DNA e a intensificação das
pesquisas médicas usando recursos tecnológicos devem estabelecer um novo paradigma para o tratamento do câncer. Eles
afirmam que boas apostas para investimento são as ações de empresas de diagnóstico, serviços de tecnologia para
assistência médica e integração de sistemas tecnológicos para colaboração de diagnósticos.

As ações de empresas da área de saúde também são uma aposta do banco suíço UBS. Em relatório distribuído a clientes, o
analista Lachlan Towart escreve que nos próximos 15 anos o envelhecimento da população deve fazer com que aumentem
os casos de câncer. Atualmente, a indústria de medicamentos para o combate ao câncer movimenta US$ 100 bilhões e
esses valores devem aumentar. De acordo com ele, várias novas drogas estão sendo estudadas e podem contribuir para
que a primeira onda de imunooncologia se estabeleça no mercado. "No longo prazo, uma carteira diversificada entre ações
de empresas farmacêuticas e de biotecnologia podem ter crescimento rápido nos lucros e dividendos", escreve o analista.

Para o diretor de equity do Santander, André Rosenblit, a capacidade de inovação da indústria farmacêutica deve garantir
sólidos resultados nos lucros, permitindo uma boa performance das ações ligadas a este setor. Na área de tecnologia,
segundo ele, houve um grande avanço nas comunicações entre pessoas por meio de celulares, email,
mensagens
eletrônicas e redes sociais. "Acredito que nos próximos anos haverá uma grande mudança na mobilidade das pessoas,
com o uso de aplicativos como Waze e Uber, ou aparelhos como drones e carros teleguiados, entre outras tecnologias que
até recentemente eram vistas como utopias futurísticas e hoje se aproximam da realidade", diz.

Essas novas ações podem representar volatilidade extra para o mercado, segundo Rosenblit. Da mesma forma que a
aposta em uma nova empresa de tecnologia pode fazer com que o preço dos papéis dispare, a percepção de que o negócio
ou produto não seria viável pode fazer com que os preços recuem até valores mínimos. Para evitar esse tipo de
volatilidade, ele recomenda uma cesta de ações globais, na qual a diversificação traz mais proteção.

"Recomendamos uma cesta de ações com papéis de empresas que estudam a cura do câncer, o combate a doenças
hepáticas e cardiovasculares, e companhias que investem no mercado de beleza", diz. Ele também recomenda o
investimento em companhias que vão colaborar com os avanços tecnológicos nos próximos anos. Em 2020, cerca de 90%
da população global estará conectada de maneira online. "Essa tendência irá mudar a forma de comprar e vender
mercadorias, bem como a forma de criar e manter relacionamentos, investir, assistir televisão, e por aí vai", diz.
Fonte: Valor




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