A crise econômica tem acelerado a consolidação do mercado de operadoras de planos de saúde, aponta o IESS (instituto de saúde suplementar).
O número de empresas do setor caiu 6,4% nos primeiros seis meses deste ano em relação a igual período de 2015.
Embora a concentração de mercado já estivesse em curso, essa é a maior taxa de queda semestral desde 2009.
O motivo da retração é a quebra de companhias de pequeno e médio portes.
“Por ser um mercado regulado, há restrição aos custos que podem ser cortados. Isso, somado à perda de beneficiários, faz com que as menores tenham suas margens espremidas”, afirma Thiago Sandim, sócio do Demarest.
Esse processo de consolidação, porém, não tem ocorrido de forma saudável, avalia o presidente do instituto, Luiz Augusto Carneiro.
“O ideal seria um movimento de fusões e aquisições, mas hoje as grandes preferem esperar que as menores entrem em uma situação difícil para ficar com seus clientes.”
Um dos motivos é que a base de usuários de empresas de menor porte é pouco atrativa às operadoras, diz Tracy Francis, sócia da McKinsey.
“O operador enfrenta muitos riscos ao adquirir essas carteiras, e ele prefere ter um controle de qualidade dos pacientes que entram.”
Além disso, frequentemente o passivo tributário e trabalhista da empresa vendida passa à compradora, o que torna a operação menos atrativa, aponta a ANS (agência nacional de saúde).