Conheça os principais indicadores da Cardiologia do Mater Dei
16/08/2016 - por Por Rede Mater Dei de Saúde - Priscila Oliveira

Inaugurado na década de 80, o Heart team* (time do coração) da Rede Mater Dei de Saúde é uma equipe multidisciplinar envolvida na decisão sobre o melhor tratamento a ser oferecido ao paciente, utilizando-se de todo conhecimento científico disponível. Essas reuniões clínicas, que discutem a complexidade de casos clínicos em busca da melhor alternativa de terapêutica, são comuns nos grandes hospitais do mundo.

A Cardiologia passa por importantes avanços em tecnologias e tratamentos medicamentosos, resultando na melhora da qualidade de vida e sobrevida dos pacientes. “Estas inovações, antes de serem aprovadas para uso clínico, precisam ser comprovadas cientificamente por meio de estudos evolvendo grandes grupos populacionais (os chamados RCT – Randomized Controled Trials). Os grandes estudos fundamentam a prática científica denominada Medicina Baseada em Evidências. O volume de informações é imenso e deve ser analisado quanto à qualidade e aplicabilidade”, explica o coordenador do Heart team Mater Dei, Henrique Patrus.

O cardiologista conta que “o foco da medicina assistencial é o paciente, um indivíduo com suas particularidades, muitas vezes com doenças concomitantes, com possíveis interações de outros medicamentos, e portador de características e estilo de vida próprios. Estas particularidades não são perfeitamente contempladas e traduzidas pela ciência moderna, fundamentada em grandes estudos clínicos. Assim, cabe ao médico interpretar os sintomas e diagnósticos de seu paciente, considerar sua individualidade e, à luz dos estudos clínicos, decidir o melhor tratamento”.

Reuniões do Heart team
As reuniões do Heart team Mater Dei contam com médicos cardiologistas, cirurgiões cardiovasculares, hemodinamicistas, eletrofisiologistas, residentes e especializandos da Cardiologia e acontece semanalmente. “Há a discussão dos casos selecionados, com informações detalhadas de sintomas e exames, mas a identidade do paciente é absolutamente preservada. Assim, são feitas as considerações sobre a melhor opção terapêutica para o caso. A discussão multidisciplinar é fundamental pois, muitas vezes, a decisão envolve o tratamento com cirurgia cardíaca, ou tratamento endovascular realizado na Hemodinâmica, e/ou tratamento medicamentoso. Discutimos intensamente até que haja consenso quanto à melhor terapia. Estabelecemos, aqui no Heart team do Mater Dei, que a decisão final volta-se à responsabilidade do médico assistente”, explica Henrique Patrus. Ele acrescenta que “há uma grande satisfação com a estruturação do Heart Team. Os pacientes se sentem mais seguros ao reconhecerem que a decisão foi fundamentada por um grupo de especialistas; o médico assistente se sente amparado em suas decisões; o grupo de especialistas se aprimora cientificamente; os especializandos aprendem e ganham experiência em casos complexos. Neste contexto, as seguradoras ou convênios médicos podem ter a segurança de que o melhor tratamento sempre é discutido à luz do melhor conhecimento científico, com o paciente no centro da decisão clínica”.

Para o coordenador do Heart team Mater Dei, somente medindo os resultados da equipe é possível conhecer a efetividade do trabalho realizado. “Mensuramos, por meio de indicadores de qualidade, os nossos resultados nas principais intervenções cardiovasculares. Utilizamos como meta os índices dos melhores centros hospitalares internacionais. Estes dados são analisados pela equipe e coordenação da Cardiologia e apresentados/discutidos com a diretoria clínica e técnica durante reunião trimensal de Análise Crítica”, esclarece o médico.

Conheça os principais indicadores da Cardiologia do Mater Dei:

Indicador Síndromes Coronarianas Agudas: A mortalidade da doença coronariana aguda é mensurada e comparada com um indicador internacional (o Grace Escore).

Indicador de Cirurgia Cardíaca: O resultado da cirurgia cardíaca realizada na Rede Mater Dei de Saúde é comparado ao resultado mundial, estratificando-se conforme o risco prévio (por meio de escores de risco validados mundialmente, como o Euroscore e o STS).

Indicador da Hemodinâmica: A eficiência dos procedimentos de intervenção endovascular realizada pela Hemodinâmica também é monitorada rigorosamente. A taxa de ocorrência de estenoses intrastents, a ocorrência de eventos clínicos adversos, e a necessidade de nova intervenção, são aferidos no após procedimento imediato, em seis meses e em um ano e são analisados comparativamente com os índices internacionais.

Tempo porta-balão: este indicador reflete a eficiência da Rede e de sua equipe multidisciplinar em atender o paciente com Infarto Agudo do Miocárdio. O Infarto Agudo é uma emergência clínica em que o tempo é fundamental, desde a recepção do paciente (chamado tempo Porta) até a abertura da artéria responsável pelo infarto (tempo balão – o termo balão faz referência ao dispositivo utilizado para dilatar a artéria coronariana). O intervalo de tempo desde o primeiro sintoma até a abertura da artéria coronariana responsável pelo infarto é o Tempo de Reperfusão (tempo gasto para reestabelecer o fluxo de sangue pela artéria e a irrigação e oxigenação da célula cardíaca). Quanto mais tempo gasto, mais células sofrem e morrem e, consequentemente, determinam mais sequelas e mortalidade. (A máxima da Rede Mater Dei de Saúde: Tempo é músculo cardíaco, músculo cardíaco é vida).

Os resultados dos indicadores refletem a boa prática da cardiologia na Rede. Na Rede Mater Dei de Saúde, a assistência integral e individualizada ao paciente portador de doença cardiovascular é orientada por Protocolos Assistenciais que se baseiam nos estudos clínicos e medicina de evidências, em consonância com as referências científicas internacionais.

“Podemos e devemos caminhar muito em nosso trabalho no Heart team. Nossa meta é discutirmos, sistematicamente, todos os casos submetidos a intervenções complexas dentro dos Hospitais da Rede. Neste ano, ainda, ampliaremos a participação para cardiologistas de referência de Belo Horizonte e Minas Gerais (Projeto Cardiologista de Referência) e motivaremos maior participação dos clínicos e geriatras da Rede”, finaliza Henrique Patrus.

*O termo Heart Team e sua concepção foram, primeiramente, descritos em um importante documento da Sociedade Europeia de Cardiologia (European Society of Cardiology) – Guideline for Coronary Revascularization, de 2010. O Colégio Americano de Cardiologia ( American College of Cardiology), em 2012, também formalizou o Heart Team em seu documento ACC/AHA Guidelines for Coronary Artery Bypass Grafting surgery.





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