Planos de saúde: segundo a procuradoria, falta de competitividade poderia aumentar os preços e impedir que cidadãos conseguissem pagar o plano
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos negou nesta quinta-feira duas fusões de quatro grandes planos de saúde para evitar o monopólio no setor e o aumento dos preços, o que deixaria milhares de americanos sem cobertura médica.
Em uma decisão inédita, a procuradora-geral, Loretta Lynch, desafiou a vontade de compra das duas maiores seguradoras da história dos Estados Unidos, a Anthem e a Aetna, conforme comunicou hoje em entrevista coletiva.
Ela bloqueou a compra da companhia Cigna por parte de Anthem e a fusão da Aetna com a Humana, com o argumento de que reduziria a competitividade do mercado, aumentaria os preços e prejudicaria a qualidade do serviço para os pacientes.
"Um plano pode significar literalmente a diferença entre a vida e a morte", enfatizou a procuradora-geral.
A fusão teria "remodelado o setor" e "deixado a maior parte da multimilionária indústria dos planos de saúde nas mãos de três enormes empresas, limitando drasticamente a competição", argumentou ela.
A falta de competitividade em um mercado "do qual milhões de americanos dependem para receber cuidados de saúde" teria aumentado os preços até impedir que muitos cidadãos conseguissem pagar o plano, disse Loretta.
A Anthem anunciou o acordo de compra da Cigna em julho de 2015, por US$ 54,2 bilhões, o que seria a maior aquisição da história dos planos de saúde dos Estados Unidos.
O grupo Aetna informou também em julho do ano passado a intenção de comprar a concorrente Humana, em uma operação avaliada em US$ 37 bilhões.