A palavra da vez no ano, que permeia todas as esferas da TI – da corporativa a pessoal – tem muito a ver com umas das mais usadas funções dos nossos dispositivos móveis, trocar mensagens. O termo chatbot designa hoje uma nova onda de assistentes pessoais inteligentes acionados por comando de voz e texto, capazes de entender seres humanos como nunca antes foi possível. Eles já estão sendo usados para vender passagens aéreas e auxiliar times a serem mais produtivos dentro das organizações, mas qual o potencial de aplicação desse tipo de tecnologia no setor de saúde?
O sonho é antigo: assistentes pessoais inteligentes facilitando nossas vidas. Recentemente, isso vem se aproximando da realidade com dispositivos como a Siri da Apple e a Alexa da Amazon. O último grande marco para transformar esse tipo de inteligência artificial em um tecnologia adotada massivamente aconteceu em abril desse ano com o anúncio da API do Facebook Messenger, que empodera desenvolvedores para criação de chatbots para a plataforma de mensagens do Facebook.
Graças a isso e a melhorias no campo do processamento de linguagem natural – ou seja, as máquinas entenderem, de fato, o que falamos – daqui pra frente, podemos esperar interfaces de chat substituindo aplicativos inteiros. E, na verdade, muitos estão apostando nisso como o fim da era dos aplicativos. Além de desenvolvimento caro, existe uma grande dificuldade em trazer e engajar usuários em aplicativos e as pessoas passam cada vez mais do seu tempo nos dispositivos móveis em plataformas sociais e de chat.
Pensando nesse contexto, elaborei três usos prováveis dessa tendência para o setor de saúde que poderemos encontrar por aí logo mais, em nossos aplicativos de bate-papo preferidos. E aí vão eles:
Nada de ligar ou entrar no site para agendar uma nova consulta com seu médico. Basta acionar a inteligência artificial de atendimento dele e perguntar qual o melhor horário para uma consulta. Ela vai, então, procurar na sua agenda para sugerir horários com as melhores condições para o agendamento, levando em considerações, inclusive, o trânsito no seu percurso até a clínica e os compromissos antes e depois. E o melhor, tudo isso sem instalar nenhum aplicativo bacanudo com uma interface confusa.
Será que aquela tosse pode ser algo mais grave? Para isso, basta consultar seu assistente pessoal de diagnóstico. Ele vai te dizer, com base em seu prontuário eletrônico, dados de saúde extraídos de vestíveis e centenas de milhares de referências bibliográficas, se você deve ou não procurar um hospital ou um médico de uma especialidade específica. E, por que não, fazer o agendamento da sua consulta com a devida prioridade.
Existe um grande desafio no tratamento de doenças crônicas: o engajamento do paciente. Pela nossa natureza, tudo o que não gera resultados imediatos, perde nossa atenção e, consequentemente, se torna difícil de cumprir. É assim com o tratamento de doenças crônicas, como o diabetes. Cuidar mal dela, pode causar complicações como a cegueira no futuro. Uma forma de reduzir esse desinteresse, no entanto, é promovendo o engajamento do paciente. Então imagine ter um acompanhante lembrando da sua dieta, medicamentos e dados clínicos te alertando sobre alguns perigos ao longo do tratamento? Será uma excelente forma de engajamento pró-ativo, sem que o usuário precise instalar nada ou até sair do Whatsapp, para levar aquele puxão de orelha e ficar a par dos seus índices.
Estas são minhas apostas. Resta saber como o mercado de saúde vai se adaptar a essa nova tendência de uso da tecnologia. Já foi dada a largada para a era pós-aplicativo.
Saiba mais sobre a experiência de chatbots em saúde no Hospital Innovation Show.