Planejamento e redução de custos são prioridades para a cadeia de suprimentos, aponta pesquisa
12/07/2016

Após anos de crescimento contínuo, caracterizado pela expansão da capacidade, principalmente pela indústria dos genéricos, a maior parte das empresas da indústria farmacêutica conduziu revisões de suas respectivas malhas em 2015, já indicando a busca por melhores resultados por meio da otimização.

Porém, a valorização do dólar, que impactou o preço dos insumos importados, além dos custos crescentes de mão-de-obra e energia, são fatores que comprimem margens em um momento em que investimentos são necessários para a adequação a novas exigências regulatórias.

Neste contexto, executivos de Supply Chain da indústria farmacêutica apontam que nos anos de 2016/17 o foco do setor será o aumento da produtividade, por meio de melhorias em planejamento. Em paralelo, há uma clara percepção de que existem lacunas para as novas exigências regulatórias, onde a adequação é também uma prioridade, pois problemas nesta área poderiam significar um freio para o crescimento da indústria.

Essas e outras questões foram indicadas por esses líderes brasileiros na pesquisa realizada pela Accenture, em parceria com a Coleman Parkes Research. A pesquisa revelou também que:

  • Há uma clara contradição em relação à excelência das operações. Por um lado, a pesquisa revela que cerca de 40% das empresas não dispõem de visibilidade on-line de suas operações de produção e armazenamento; porém, ao mesmo tempo, é reportada uma percepção de alto nível de colaboração com clientes e fornecedores, que exige a troca dinâmica de informações.
  • Cerca de 1/3 das empresas não se avaliam aptas a entregar os crescentes níveis de serviços requeridos. A insatisfação com provedores de serviços e a possibilidade de uso de ativos próprios produzirá a avaliação de novos níveis de integração vertical e de relações com provedores.
  • A acuracidade da previsão da demanda é, na média, inferior a 40%, resultando em altos níveis de estoques na cadeia e de custos de transporte, causados pelo excesso de contratações emergenciais que são agravadas pelas condições e restrições de tráfego nos grandes centros.

Accenture entende que o valor real do redesenho da cadeia de suprimentos na indústria farmacêutica brasileira será alcançado pela integração de decisões de planejamento e operações para atender às necessidades dos consumidores.

Por isso, a consultoria recomenda as seguintes iniciativas para a melhoria do desempenho no setor:

  • Incorporar dinamicamente o maior número e volume de informações e variáveis nas decisões, implementando ferramentas próprias de análise, otimização e de avaliação detradeoffs e de desempenho passado.
  • Integrar os objetivos conflitantes entre as áreas em um único grupo de metas, e via tecnologia ou processos, permitir que qualquer desequilíbrio seja rapidamente identificado e resolvido.
  • Implementar modelos colaborativos via tecnologia na cadeia, compartilhando ganhos com fornecedores e clientes.
  • Implementar programas estruturados de redução de custos fixos e variáveis, aplicando tecnologias e estratégias “disruptivas”, acompanhadas por processos de melhoria contínua.
  • Adequar equipes para a nova realidade, avaliando, desenvolvendo e compensando continuamente o talento.




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